Tempo

Tempo

Tempo, tempo, tempo…

Tentamos capturar o tempo nas mãos como se ele existisse…

Em nossa passagem pela Terra, sucessivas civilizações, nos quatro cantos do mundo, desenvolveram maneiras de programar eventos, prever plantios e colheitas ou até tentar adivinhar os seus destinos como pessoas ou nações. Alinhando as datações, estudiosos puderam sincronizar os movimentos naturais do planeta às ações humanas, criando a História.

Agora, após o Carnaval, quando começamos verdadeiramente o ano, como faziam os antigos romanos – uma tradição tão arraigada em nosso comportamento que o reproduzimos intuitivamente – tomamos consciência que a passagem do tempo é permeada por uma sensação aleatória e algo incomensurável de espanto. A sequência de fatos históricos datados nos dá a falsa impressão de marcha avante e, concomitantemente, de que voltamos à barbárie quando seres aparentemente civilizados cometem atrocidades.

Otimista, creio que o que acontece de ruim com as pessoas (produzido por outras pessoas) tem nos causado cada vez mais asco, porque estamos mais sensíveis. Talvez seja mais uma esperança do que uma constatação, mas prefiro acreditar nisso do que aceitar que o homem não tenha aprendido nada em sua permanência de milhões de estações na Terra.

Segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, estações, anos, décadas, séculos, milênios, eras… podemos enumerá-los, mas o importante mesmo seria constatarmos não como estamos e sim o que somos. No entanto, ao nos aceitarmos como seres mutantes, uma avaliação acaba por se sobrepor a outra e talvez jamais obtenhamos uma resposta plausível.

Marcar a passagem do tempo se equipara a reverenciar ao Tempo como Deus. De certa maneira, é uma de suas representações…

https://www.youtube.com/watch?v=HQap2igIhxA

BEDA | Terroristas No Brasil

Sopa de Letras
Sopa de letrinhas mutantes…

O Terrorismo tem feito vítimas em todos os cantos. Os atentados se sucedem e tem crescido em frequência. A todo momento são noticiados ataques aos pilares de nosso edifício social. Um a um, vemos ser derrubadas consciências, vontades, virtudes, sabedorias, vivências, convivências, sentidos e sentimentos.

Bombas em série destroem nossa capacidade de compreensão da realidade. O que víamos como ocasional, tornou-se padrão – o mau-caratismo, a vilania, o egoísmo, a podridão nas relações humanas. A falsidade graça como moeda de troca e o Real é bem pago por péssimos serviços prestados contra todos nós.

As instituições parecem plantas atacadas por piolhos, vermes, insetos e outras pragas. Pesticidas matam o hospedeiro e preservam os parasitas. Os nossos radicais não abrem mão de suas benesses, reivindicadas como direitos naturais de bem-nascidos. Em contraposição, o terror, o horror, o torpor, o dissabor, o desamor, se derramam em cascatas reverberantes, destroçando futuros no nascedouro.

Vivemos tempos de barbárie coletiva, de cabeças decepadas em nome da preservação de privilégios, enquanto lâminas afiadas perfuram o nosso intestino, fazendo vazar excrementos na circulação sanguínea da sociedade. Vozes dissonantes transformam-se em utópicas canções de adeus a um mundo inalcançável.

A cada notícia de um caminhão que atropela inocentes em ruas bem pavimentadas da bela Europa, outros tantos, multiplicados por dez são vitimados por nossa hipocrisia que esfacela nossa juventude por atropelos legais, porém ilegítimos. O combate ao crime parece dividido entre os que podem e os que não podem cometê-los. O Poder designa quem a Polícia deve vigiar – é o embate entre os grandes algozes e os bandidos rasteiros.

Comandados aceitam alegremente, de olhos vendados, os mandamentos dos chefes, que dizem representar a luta do Bem contra o Mal. Suicidas não se importam em explodir em mil pedaços o que resta, para a excitante satisfação de prepotentes de egos duros. Os cínicos agem como hienas, a retalhar a carne dos mortos.

Quando finalmente despertarmos de nossa letargia, veremos um País aniquilado em suas forças, conduzido pela politicagem e malversação de nossas maiores riquezas – os bons brasileiros – jogados à margem da estrada, entre escombros de suas identidades.

Participam do BEDA:  Claudia — Fernanda — Hanna — Lunna — Mari