Super Luas

O interessante na ocorrência das Super Luas em Sampa, é quase nunca a percebemos. Simplesmente porque calha de haver sempre muita nebulosidade a nos impedir de senti-la em todo em seu esplendor. Aqui, coloco dois textos referentes a duas ocasiões diferentes…

Em 2015…

Sem Super Lua

Apenas superação…

A eterna ação

da Terra em movimento…

Em uma viagem de velocidade controlada em torno do Sol.

Bilhões de pessoas já viram céus

e astros mudarem de lugar quando,

em verdade, foram elas que se moveram

vida adentro, do nascimento à morte…

Essa é a nossa eterna sorte…

Nossa fraqueza…

E a nossa redenção…

Em 2018…

Nota De Esclarecimento

Não fui eu, Obdulio Nuñes Ortega, que desencarnou na madrugada de ontem. Mas sim meu pai, quase um homônimo – Odulio Ortega. Morrer é um fenômeno natural, assim foi a ocorrência da Super Lua, de quarta para quinta. Um dia, morrerei. A vida só é enigmaticamente tão bela porque temos a morte a nos cortejar num romance eterno, vida após vida. Quanto ao meu pai, ele foi um homem que viveu plenamente e se foi calmamente aos quase 86 anos de idade. Envio um abraço forte a todos que se preocuparam com a minha condição de órfão tardio ou defunto precoce.

O Dia Em Que Fui Dado Como Morto

No dia 1º de Fevereiro, completou quatro anos que o meu pai nos deixou fisicamente mesmo mês da partida da minha mãe, em 2010. Como tínhamos o primeiro nome bem parecido, com apenas um prosaico “b” mudo a nos diferenciar depois do “O” e entre o “d“, várias pessoas acharam que seria eu a ter partido desta para melhor. Fiquei um tanto chateado principalmente pelo meu texto ter sido mal interpretado. Como escritor, essa é uma das coisas que mais me aborrece. Se bem que seja comum eu querer mais confundir do que explicar em vários dos meus escritos, porém não seria ao tratar desse assunto que faria isso. Estando “morto”, recebi demonstrações de carinho e espanto com a indefectível pergunta: “morreu do que?”. Se fosse atualmente, a Covid-19 seria uma possibilidade, mas isso se deu em 2018. Gostaria que vocês mesmos avaliassem se dei essa chance de anunciar por palavras a minha morte, feito um bilhete de suicídio. Devido à repercussão, fui obrigado a divulgar uma “Nota de Esclarecimento”, que divulgo abaixo da primeira.

1º de Fevereiro de 2018 – sepultamento de Odulio Ortega

NOTA DE FALECIMENTO

Anuncio a parentes, amigos e aos que conheciam o meu pai, Odulio Ortega, que ele faleceu no início da madrugada de hoje, no Hospital São José, no Imirim, onde estava internado há alguns dias. Devido ao horário, dificuldades com a documentação (que ficou pronta apenas às 13h), indecisão quanto a determinação do local do enterro e pouco tempo para o velório (apenas três horas e meia), não tivemos oportunidade de avisá-los. Uso este meio para tal tarefa, junto a um pedido de desculpas por essa desfeita sem intenção. O féretro foi acompanhado por seus filhos Obdulio, Marisol e Humberto — netas, noras, amigos próximos e a companheira dos últimos trinta anos, Maria Nazaré. Pedimos orações e compreensão pela difícil situação. Agradecemos a solidariedade.”

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Não fui eu, Obdulio Nuñes Ortega, que desencarnou na madrugada de ontem. Mas sim meu pai, quase um homônimo — Odulio Ortega. Morrer é um fenômeno natural, assim foi a ocorrência da Super Lua, de quarta para quinta. Um dia, morrerei. A vida só é enigmaticamente tão bela porque temos a morte a nos cortejar para um romance eterno, vida após vida. Quanto ao meu pai, ele foi um homem que viveu plenamente e se foi calmamente aos quase 86 anos de idade. Um abraço forte em todos que se preocuparam com a minha condição de órfão tardio ou de defunto precoce.”