… tentei buscar um pouco de refrigério para a minha dor… tantas vezes me vejo magoado por ser como sou queria infringir minhas próprias regras matar a imagem que fazem de mim e que assumi como se fosse eu mas estou preso à minha própria mentira de tal maneira que não saberia viver sem ela a me dar suporte como se reconhecesse o meu fracasso em não ser aquele que me reconhecessem aquele que não sou que sou desalentado recebo a luz que se esvai por trás do horizonte na esperança de me deitar e sonhar comigo não sendo… amanhã…
Dia 12 de Outubro é o consagrado à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Mas como o País é capitalista, a data ganhou há mais de 100 anos, em 1924, a comemoração de Dia da Criança. A origem envolve um contexto político, a sugestão de unificação americana e campanha comercial. Com o tempo, ao lado das caminhadas à cidade de Aparecida de fiéis católicos à Catedral para ver a pequena imagem encontrada a 12 de outubro de 1717 em que três pescadores, João Alves, Filipe Pedroso e Domingos Garcia, encontraram em suas redes uma estátua de terracota da Imaculada Conceição. A imagem estava quebrada em duas partes, o corpo e a cabeça. Logo após, conta a lenda, que os pescadores passaram a encher as suas redes de peixes.
A intenção comercial de trazer o Dia das Crianças para o dia da Padroeira buscava vincular um dia que era feriado nacional da Mãe do Brasil às crianças. Jogada de mestre publicitário, com o tempo foi ganhando projeção em relação a data do feriado original fazendo com que o comércio passasse a faturar enormemente com a compra de presentes para a petizada. Com a progressão de outras expressões religiosas em relação do Catolicismo, o Dia das Crianças avançou no Calendário como o principal. Eu não sou um fiel católico, apesar de ter flertado com a vida monástica, mas sou cristão por causa de um preceito básico: “amai ao próximo como a si mesmo”, sendo que mais recentemente percebi que a chave dessa frase é amar a si mesmo, caso contrário, não poderei amar ao próximo devidamente.
Porém, com certeza, sou anticapitalista. Mensurar o amor através da compra da alegria em forma de presentes, torna tudo muito nebuloso do ponto de vista humano. Com o desiquilíbrio econômico no Brasil, a medida do amor acaba por adquirir referência no dinheiro investido para que isso seja demonstrado para as crianças da família. As distorções são inevitáveis.
Imagem de Nossa Senhora de Aparecida
Foto das crianças por Monstera Production em Pexels.com
Imagem do dia plúmbeo que vivemos hoje. Nesses momentos, o que mais desejamos é voltar para a nossa casa, sermos bem recebidos com abraços e beijos, chás, chocolates, cafés, sopas e corações quentes…
A imagem acima, devidamente datada, demonstra que a nossa amizade data de bem antes do que seis anos que o Facebook preconiza. É claro que colocam o tempo em que a minha filha, Romy, e eu nos tornamos “amigos” pelo aplicativo. Essa faceta reducionista mostra bem o quanto ocorre o desvinculamento das redes sociais da Realidade. São instâncias diferentes e díspares quanto à verdade de sermos e estarmos. Atualmente, prestes a completar 36 anos de existência, metade da minha idade, homenageio a resistência do que é real sobre o que é falso.
Há treze anos*, ao nono dia de outubro, completava meio século de vida. Como legenda da imagem coloquei que estava me sentindo meio a meio. Estava fazendo o Curso de Educação Física e conseguia, mesmo estudando com jovens com metade da minha idade, acompanhar as atividades práticas. Esta foto foi feita num ambiente festivo – um evento surpresa – que reuniu parentes e amigos em um buffet próximo de casa. Nunca imaginei que o sujeito que jamais havia tido uma festa de aniversário quando menino, pudesse participar de uma montada especialmente para si. Agradeço à todos que dela participaram. E, principalmente, à minha família, que pôde me proporcionar esse momento único.