Hoje, a Tânia e eu completamos 36 anos de matrimônio, oficialmente. A nossa “comemoração” foi trabalharmos na casa, principalmente nos jardins — o do meio e o da frente. Enquanto isso, as notícias se sucediam apenas ouvidas e quase esquecidas, a não ser aquelas que nos tocaram de alguma forma — como a morte do grande Mujica, ex-presidente do pequeno Uruguay e uma figura ímpar em qualquer latitude do planeta. Outra figura ímpar é o impagável Mister T. Ele não me “decepciona” na sua trajetória obscena, mas não deixa de me surpreender.
Reproduzindo um processo realizado no Brasil no final do Século XIX e início do Século XX, em que o governo brasileiro iniciou a importação em massa de mão-de-obra europeia com o intuito velado de embranquecer a nossa população predominantemente de tez escura. Ele pretende receber sul-africanos brancos que se dizem descriminados racialmente. Não duvido, mesmo porque razões não faltam, convenhamos. Dominantes durantes séculos em que aplicaram o estúpido Apartheid, os brancos, também chamados de Afrikarnes, sendo 7% da composição populacional, dominam boa parte das terras produtivas da África do Sul, herança do período em que detinham o poder político.
Estamos preocupados com as cochonilhas que atacaram o abacateiro e vieram para mais perto da casa, começando a passearem pela grande jiboia que enfeita a frente, além da mangueira. Boa parte do trabalho foi o recolhimento dos galhos das podas do ora-pro-nobis e da mangueira. Eu também comecei a limpar o quartinho que será pintado. Nele, guardamos livros que ficaram fora da biblioteca, além de quinquilharias que vamos dispensar. Há alguns armários com peças hidráulicas, parafusos, ferramentas, utensílios como enxadas, tesouras, serrotes e outros utilizados na jardinagem.
Tenho que levá-los para cima e aproveitei para me exercitar utilizando o peso à linha da cintura, equilibrado para não trazer lesões nas costas na subida dos degraus. Amanhã, terminarei essa tarefa. O importante é que percebemos que cuidar da casa e lar é resultado de perseverança numa união com os seus devidos altos e baixos que uma longa relação ocasiona. As filhas estão distantes, a casa, grande para apenas um casal exige cuidados e dela fazemos um refúgio. Os velhos ainda guardam a energia necessária para levar adiante uma trajetória de quase quatro décadas.














