Projeto Fotográfico 6 On 6 / Mania Literária

Neste novo episódio de 6 On 6 (simplesmente perdi a data do anterior), versarei sobre algo que é intrínseco à minha personalidade — ou sou um homem literário — e, como tal , ouso dizer que seja apenas mais uma personagem do escritor que sou. Comecei a escrever desde que fui alfabetizado, a partir dos 7, 8 anos de idade. Comecei a “ler” mais ou menos aos 6. Pelo que me lembro (minha memória é oscilante), lia algumas palavras e completava com o que eu adivinhava. Assim como quando “lia” gibis em que sem saber de todas as palavras, inventava as situações. O leitor precedeu o escritor e o solidifica, o completa e continua a ser talvez mais importante. Ler livros é uma arte que estimula a arte da criação de histórias. Ao lermos, interpretamos a realidade, ficcionamos nossa estrutura de forma mais rica. Neste episódio, mostrarei os livros (artesanais) que publiquei pela Scenarium Livros Artesanais.

REALidade é o meu primeiro livro pelo selo Scenarium. Trata-se de uma reunião de crônicas feitas para a edição, mas em sua maior parte, de textos recolhidos das redes sociais. Eu escrevia para a Scenarium desde 2015 para edições da Plural ou coletivos propostos por Lunna Guedes, sua editora. Apenas em 2017 lancei essa empreitada individual. Gosto muito dele e envelheceu razoavelmente bem…

RUA 2 foi o meu segundo lançamento. Foi um projeto difícil de ser produzido. O meu pai havia falecido e eu estava “seco”. Não imaginava que a sua passagem fosse causar tanta repercussão interna. Eu estava distanciado dele quando ocorreu. Nascido à forceps (como eu) reproduz a vida/morte de moradores da Periferia paulistana. A ideia da minha editora foi reuni-los todos na mesma rua. Decidi usar Rua 2 porque era o nome original da rua onde eu moro, no bairro nascido do loteamento de uma antiga fazenda. São histórias “inventadas”, ainda que baseadas em fatos e situações que vivi ou tomei conhecimento, incluindo o conto final, aparentemente fantasioso.

A imagem acima é de uma das edições da Revista Plural. Nasceu junto com a Scenarium, há 11 anos. Reúne textos de vários autores e autoras versando sobre propostas feita por Lunna Guedes. Nessa edição, especificamente, compareço com um texto que gostei de reler, relatando em forma de prosa poética a minha primeira vez de um encontro sexual.

Este coletivo propõe o horror/terror como fio condutor de suas histórias. Escolhi escrever sobre o vício de drogas ilegais. É uma trama que se passa na Cracolândia. Nesse cenário turbulento e caótico, crianças começam a desaparecer. Chama-se Os Gêmeos — separados logo após do nascimento —, um deles é vendido pelo próprio pai para estrangeiros através de um esquema internacional de tráfico humano. Mesmo vivendo realidades diferentes, o dois mantém uma conexão mental transatlântica.

Comboio foi uma incursão da Scenarium por um tipo de edição popular na França — a plaquete — livro de pequena espessura. Aqui, em resposta a um texto original de Lunna Guedes, eu trago à luz, relato uma história de abandono real. Nesse caso, de um cão branco percebido na noite de São Paulo. Com ela, faço conexões com a vivência da autora quando menina com a visão de um homem que esperou em vão a chegada de uma pessoa na estação de trem de Nervi, na Itália.

Senzala é uma novela escrita em tom polêmico, mas que não foge à realidade que conheço mais de perto ou mais distante. Versa sobre uma mulher de personalidade forte, que se apodera da vida de um garoto preto e o usa para se satisfazer como dominadora sexual. Ela não é o único a ser usado, outros homens não escapam à seu poder de sedução. O título já é bastante provocativo, mas a considerar que também é usado como nome de restaurante em São Paulo, se percebe a sua banalização sem dimensionar o horror de sua origem.

Claudia Leonardi – Mariana Gouveia
Lunna Guedes – Roseli Pedroso – Silvana Lopes

Missivas De Primavera / Só, Entre Dois Mundos

Lunna ed io…

Lunna,

nesta manhã de domingo de ressaca – no meu caso, por ficar horas insone – a Primavera mostrou sua faceta inconstante. Saí para ir a pé ao supermercado próximo e tomei pela cara agulhadas do ar frio invernal, digna da estação que acabou de morrer. Voltei com o Sol a banhar-me de luz quente. Suando, estava a escrever na cabeça a missiva que lhe envio. Agora que passo para a tela do computador, sinto o ar refrescar demais. 18ºC. Lembrei o quanto não gosta do calor excessivo e talvez nem do frio extremado. Não é incomum imaginá-la com um cachecol em volta do pescoço. Nem sei se usava um quando da primeira vez que a vi, mas na minha idealização, sim. Abri a porta para alguém que não parecia a nenhuma outra que conhecera antes. Impressão que perdura até hoje. Apesar de anos de convivência, ainda é um enigma difícil de decifrar. Não que queira. Sou daqueles que acredita que mistérios existem para serem vividos, não explicados. Dá ensejo que passeemos sobre “possibilidades impossíveis” e clareiem contradições que não são poucas, nos ajudando na criação.

Desde aquele longínquo de 2015, a sua influência na minha vida foi direta e desejada. Como em qualquer relação íntima, você me conhece por minhas palavras enviesadas – mentiras verdadeiras que me denunciam. Há variações de humor e choques de opiniões. No último texto que lhe enviei, o que eu supus ser um conto, perguntou o que havia acontecido comigo: “não é um conto, não uma narrativa, nem mesmo uma história. O que houve?”. Respondi que era um texto antigo, de 2014 (antes da sua intervenção, portanto), o qual não havia alterado, apenas limpado. Queria que fosse seco. Rindo, só pude dizer que se não era uma coisa, nem outra, poderia ser uma receita de bolo. Fiquei a imaginá-la vociferando mentalmente contra o seu autor “rebelde”. A minha reação com você nunca é equilibrada. Fico desconcertado com a sua franqueza, mas não deixo de louvá-la. Estranhamente, me sinto distinguido. Como daquela vez que, ligado no “piloto automático”, eu enviava textos-padrão e perguntou “cadê o meu autor?”, me instigando a buscar desafiar-me, o que acabei por fazê-lo. Outro dia, cheguei a dizer que escrevia, em última instância, para você. Sinal de extrema confiança.

O que surge diante de mim é o de uma mulher em constante mutação, ainda que apresente uma identidade reconhecível de menina pelo olhar sapeca e humor afiado de sagitariana. Tendo dois terços da minha idade, já deve ter lido o dobro ou mais do que eu. Colecionadora de livros que vez ou outra doa, coleciona palavras que joga ao mundo através de páginas costuradas e escritores que põe de lado se não quiser mantê-los no elenco da Scenarium. Quando me perguntam se escrevo livros ou compareço com textos para as edições especiais – Plural ou coletâneas – por algum motivo especial, respondo que escrevo para me tornar o melhor escritor possível dentro das minhas limitações. Nesse momento é que a Lunna editora comparece para me pressionar para expandir meus horizontes literários, buscar soluções inéditas, soltar os meus demônios.

Eu já disse antes que nós, humanos, somos sós. Em última instância, diante do mundo, estamos isolados. Você é uma daquelas pessoas que viveu entre dois continentes e realidades durante algum tempo e ouso dizer que continua a viver. Qualquer ser que especula sobre o mundo, sente-se dividido entre dentro e fora de si. Sente-se abrigado em ambientes seguros e em outros inóspitos. Está no Presente e no Passado ou um dentro do outro. Oriundos de vários países e “oriundi” formaram a nação brasileira. Você, um deles. São Paulo, carrega todas as nações desta nação. E aqui você encontrou uma identificação que demonstra a sua pluralidade. Enquanto descerra o véu que expõe aspectos que a torna mais misteriosa, contradizendo a ideia de que o conhecimento se dá á luz à do olhar.

Eu espero que continuemos a nossa interação por muito tempo. Sob sua condução, buscarei fazer jus à sua atenção e estímulo. Eu me sinto como que escolhido para aceitar devassar as minhas incoerências e inspirar-me a prosseguir neste caminho estranho e belo da criação da palavra perfeita, da frase sonora, do parágrafo instigante. Sono grato di far parte del mondo lunare per tutto il tempo che voglio…

Bacio, bambina!

                                                                                                     Obdulio

Participam: Mariana Gouveia / Roseli Pedroso / Lunna Guedes / Suzana Martins

B.E.D.A. / A Ama De Leite

Monumento À Mãe Preta, junto à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paiçandu.

A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localizada no Largo do Paiçandu ou Paissandu, na região central da cidade de São Paulo, foi construída gratuitamente por trabalhadores pretos no início do século XX. Originalmente, estava localizada na Praça Antônio Prado, onde foi construída entre os anos de 1721 e 1722. Era um espaço de reunião de pretos livres e escravos, que celebravam ritos católicos misturados às crenças de origem Banto. Com o processo de urbanização iniciado pelo prefeito Antônio Prado, a antiga igreja foi demolida em 1903, depois reconstruída onde se encontra atualmente. A nova igreja foi consagrada em 1906 quando, em grande procissão, com cantos e fanfarra, trasladou as imagens do antigo templo para o atual.

Em frente à ela, encontra-se o Monumento À Mãe Preta — o sempre impactante e contraditório monumento à figura da ama-de-leite compulsória dos filhos de classes abastadas, seus senhores e donos, à época do regime escravocrata. mesmo depois de terminada, o expediente da utilização de ama-de-leite se espraiou pelos anos à fora até hoje, principalmente nos “muitos interiores” pelo Brasil. Senão a ama-de-leite, o uso de babás que vêm a substituí-las no papel de mãe de quem pode pagar por isso e que não tem outra coisa a fazer a não ser desfilar por shoppings, clubes e festas.

Eu a conheço (a estátua) desde garoto. Nunca deixou de me causar uma forte impressão. As formas opulentas da personagem criada por Júlio Guerra, inaugurada em 1955, seria uma homenagem à participação da raça negra na História do Brasil. Rendo todas as minhas honras à todas essas pessoas que doaram os seus corpos para que hoje vivêssemos as nossas atuais contradições. Não o faço àqueles que, um dia, exploraram seres humanos como objetos, tanto quanto nos dias atuais.

O que impediria que a estátua venha a ser tomada como um monumento ao sistema escravocrata, o abençoando é que, por carregar um forte valor imagético relacionado à mãe, a estátua é cultuada por uma parcela da população, sendo comum a deposição de flores e velas junto ao pedestal de granito da estátua. Um gradil foi colocado recentemente em volta do pedestal para preservar a imagem do escurecimento causado pela fumaça de velas. A imagem acima é de 2015, de meus arquivos.

Como eu disse acima, vivemos em constante contradição. Vejo com crescente estranheza o cotidiano brasileiro. A sociedade é plural, assim como é plural as suas visões de mundo. Somos filhos do escravismo. Ele não assolou apenas os pretos, mas como devasta as relações humanas até hoje. O Brasil, um país miscigenado — muitas vezes à força — escancara a incoerência de ser brasileiro, nos colocando em posições cada vez mais discrepantes entre ideia e ação. Graças a isso, estamos vivenciando situações que não ultrapassam os ciclos passados, fazendo eclodir as possibilidades de nossas piores dores.

Cada dia é um dia…

Participam do B.E.D.A.:
Adriana Aneli / Mariana Gouveia / Cláudia Leonardi /
Darlene Regina / Roseli Pedroso / Lunna Guedes

Mudanças

Foto da sala que se tornaria escritório e biblioteca, em 2012

Em 2011, quando comecei a postar no Facebook, cria que o canal de mídia social pudesse ser, mais completo que o Orkut, um depositário de textos, fotos, cacos da vida, observações filosóficas, instantes simplórios em que a existência mostrasse algo a mais por trás da cortina do comum dos dias. O estranho é que, pouco a pouco, as minhas postagens ganharam seguidores que começaram a gostar dessas apresentações. Com o tempo, vi crescer a vontade de elaborar textos mais sofisticados, uma espécie de preparação para atender a um desejo maior me tornar um melhor escritor.

Aos poucos, a camada de ferrugem, causada por muitos anos de paralisia após o casamento e intensificação da minha atividade profissional, foi sendo removida e recebi boas apreciações. Cinco ou seis anos depois do advento das redes sociais, em 2015 a Scenarium Plural — Livros Artesanais surgiu em meu percurso. Ganhei a aceitação e o cinzelamento de Lunna Guedes, editora do selo e a segunda sagitariana mais importante da minha vida. O período de hiato criativo materializado havia causado uma fratura estilística da qual me ressentia e ela, com o seu olhar treinado, me conduziu a curá-la.

Fui chamado a participar de edições da Revista Plural com crônicas, poemas e contos em lançamentos coletivos. Em 2017, encetei publicar obras individuais REALidade”, “RUA 2” e “Confissões” — que hoje fazem parte do catálogo da editora. Continuo me pressionando para refinar a minha escrita. Há momentos de altos e baixos, ao sabor dos acontecimentos, justamente por estar mais aberto, algo que busquei conscientemente. Eu acabei por me tornar objeto de uma experiência pessoal, com as devidas consequências, nem sempre ou quase nunca controláveis.

E pensar que postagens como a que colocarei a seguir, de 2012 simples, leve, descompromissada —, que fez com que a esposa ralhasse comigo por expor nossa intimidade, fazia parte do esforço pessoal para me exteriorizar. Atualmente tenho por hábito me inviscerar quase que cotidianamente.   

“Uma das razões da minha falta de tempo consubstancia-se, em parte, nesta foto. São caixas e caixas com diversos objetos: fitas de vídeo (nem tenho mais videocassete), CDs, cadernos de estudo, apostilas, bugigangas pequenas antigos celulares grandes e pesados, computador velho e luminária revistas, livros e “otras cositas más”. Como é penoso carregá-las de lá para cá, em constante mudança de ambientes, buscando lugares onde possam descansar seu fardo e seu cheiro de passado, enquanto a reforma da casa não fica pronta!”. 

20/20

2020
Entardecer de 30 de Dezembro de 2019

Na visão física, há várias causas de baixa de acuidade visual: as ametropias (miopia, hipermetropia ou astigmatismo) estão entre as mais frequentes e que podem ser corrigidas com a utilização de óculos, lentes de contato ou cirurgia. Entre outras das causas mais comuns estão a catarata, as doenças da retina, como a degeneração da mácula e do nervo, como o glaucoma. A acuidade visual depende de fatores ópticos e neurais: da nitidez que a imagem chega na retina, da saúde das células retinianas e da capacidade de interpretação do cérebro. A acuidade visual (AV) é medida colocando a pessoa a ser testada a uma distância de 6 metros (20 pés) para ler optotipos – letras, números, símbolos ou figuras – de tamanhos cada vez menores. A acuidade visual normal é chamada de visão 20/20. Acima de 20/200, a pessoa é considerada, virtualmente, cega.

No entanto, o pior cego é aquele que não quer enxergar. A percepção é prejudicada por vários fatores, como o uso de lentes que, em vez de melhorar, prejudicam sua acuidade visual. Essas lentes, como as que conhecemos no uso comum dos óculos, mesmo que invisíveis, se antepõem ao olhar. Aquilo que se apresenta de uma maneira para um, surge diferente para outro. Enxergar, nesse caso, passa por ver, perceber, identificar, descortinar e, eventualmente, prever – dada a condição particular de conseguir unir todas as características que determinam algo – objetos, situações ou ideias através de interpretações díspares. Aqueles que obtém os mesmos padrões de percepção, costumam se reunir em grupos que defendem seus paradigmas com unhas, dentes e tacapes. Os humanos, então, remontam ao comportamento de seus ancestrais e ao antigo hábito de se perfilarem em tribos entocadas em posições imutáveis.

Ajudou-me muito em perceber o quanto a minha miopia ultrapassou o limite físico e se instalou no mental ao ter feito um exercício em que tentei prever os acontecimentos de 2018 – ano de eleição do personagem que comandará nossas discussões durante anos a fio adiante. Está registrado em “Previsões Para Vinte-Dezoito” em uma das edições da Revista Plural, da Scenarium. O que surgia como uma possibilidade subestimada, irrompeu feito uma certeza inaudita. O entendimento que julgava ser o mais evidente, por ser razoável, travestiu-se em ficção de filme B de horror ou uma realidade alternativa do multiverso. Quedamos ameaçados por personagens que um bom ficcionista não ousaria roteirizar, de tão canhestros que são. No entanto, todos já existiam antes. Apenas ganharam a luz do dia, feito um personagem da minha infância – O Monstro Da Lagoa Negra.

Sou daqueles que, apesar de usar óculos materiais, sempre tentou aprimorar o olhar para além das convicções. Para alguns de meu trato pessoal, é considerada irritante a minha postura de “advogado do diabo”, ao contra-argumentar qualquer tema sob o olhar oposto. Tenho “amigos” de todas as percepções ideológicas. Para os mais extremados, se não estou com eles, estou contra eles. No Facebook, tenho evitado postar textos mais extensos porque me cansei de ter que explicar o inexplicável para aqueles que não buscam o reto, mas o caminho em linha reta de suas próprias convicções. Tenho preferido publicar meus textos no WordPress. Entra quem quiser ler. Vez ou outra, solto frases de efeito (curto), a considerar o fato que as mídias são “livros” que guardam todas as suas páginas na eternidade da nuvem.

Portanto, nesta rede, o que ajudará ou prejudicará a defesa de meus argumentos será o Tempo. O quanto penetrei na escuridão para conseguir identificar o que se esconde por trás do véu imposto pelos contraditores da realidade. Guardado pela perenidade, os meus ditos e contraditos determinarão o quanto enxerguei e o quanto obliterei da sociedade brasileira, ainda que muita da minha visão tem a pretensão de ser poética. E, como já disse Borges, “os poetas, como os cegos, podem ver no escuro”. Quem escreve poesia sabe que ao se libertar dos laços que nos prendem ao imediato e ao casual, conseguimos alcançar a causa – a origem de tudo o que nos move. E a causa mais visível da vida como a conhecemos é o Sol. Através da luz que emite, podemos vislumbrar o plano que vivemos. O movimento circular da Terra nos dá oportunidade, em suas zonas médias, que desfrutemos de sua energia criativa.

Por isso, presto minha homenagem ao Sol – a melhor oportunidade de nos reconhecermos menores – em busca de nos tornarmos maiores. Além da capacidade de clarear nosso campo visual, os monstros do pântano – como o citado acima – normalmente têm fotofobia. Para 2020, visão 20/20. E que, ainda que enxerguemos as sujidades dos tempos vindouros, que busquemos a felicidade, quadro a quadro, dia a dia.