Eu estou me sentindo com 20 anos. Estou passando por uma fase de transição que está me renovando as forças. Nesta foto, devo estar com um pouco mais que isso, mas poderia passar por um garoto de 16. De certa maneira, eu era tão ingênuo-imberbe-deslocado que efetivamente era um adolescente, mentalmente. Nos tempos que era obrigatório apresentar carteira de identidade para assistir a filmes proibidos – como os considerados os de conotação “subversiva” ou sexual – fui obrigado a fazê-lo até os 24 anos. E depois? Depois, veio a abertura política e, enquanto eu perdia a virgindade d’alma, continuamos, como coletividade, a nos enganar com promessas de um País que será sempre (e apenas) “do futuro”…