a pele a conversar com esses seres imóveis e permanentes testemunhas de outras eras sábias pedras em essencial mutismo ainda que digam — estamos aqui — somos proféticas somos compostas de eternidade aqui estaremos depois que vocês partirem outras vidas pisaram se assentaram se expressaram em nossa constituição mineral vocês já tiveram a sua oportunidade fracassaram testemunhamos a sua decadência passaram a existência sobre nós a desrespeitar outras vidas outros cantos outras forças belezas energias dias e noites noites e dias também gostamos da luz que nos aquece os contornos mas em seu caminho autodestrutivo os humanos estão criando maneiras de que a luz seja apagada vocês serão extintos nós continuaremos perfeitos em nossa dura e explícita consciência de cristal…
desço os olhos para as linhas que desenham rostos e paisagens em fotos de décadas repassadas em cores e descores cumpro o destino da flecha atirada por Chronos personagens dos quais sou um e mais nenhum papai vovô irmãos sonhos em desvãos que nunca foram realizados os meus indecifráveis vivia fora do mundo aceitava sem sorrisos que cedo morreria quase obsessão aos 33 de Cristo aos 40 de John aos 27 de Morrison sempre haverá quem morra jovem em cada uma das idades aos borbotões a toda hora ainda não foi a minha agora se for antes dos 80 morrerei contente não sei de amanhã vivo o presente lembro que vovô me amava me achava inteligente antes de partir cuidei dele banhava o ajudava a comer caminhar pedi perdão porque sabia que não cumpriria as suas ambições não queria ser homem importante influente intendente industrial comerciante buscava ser simples despojado pés no chão me sentia desmembrado desmemoriado de um passado que sabia existir vidas passadas realidades não alcançadas já entendia que o futuro não contava mas ainda cultuava a esperança um país diferente múltiplo raças misturadas riqueza distribuída hoje morro todos os dias às vezes de hora em hora a grandeza desmesurou-se em sentido contrário nos apequenamos repugnantes ruminantes de mentiras e contradições dos templos ocupam-se os vendilhões crenças transformadas em crendices fé em feitiçarias em salões dourados em palácios de mandatários estamos nos finais dos tempos mais um tempo de finais no eterno ciclo de decadências e de mercados baratos na venda de consciências…
repudio quando cantam “vodka ou água de côco (sim, eu acentuo!) gosto quando fica louca cada vez eu quero mais”… a loucura é normalizada no sentido de comportamento e se sentir dividida perdendo as estribeiras o controle sobre o destino se esquecem do sentido da demência alienante sendo que a verdadeira loucura se faz com consciência cônscio de si e aberto ao verdadeiro sentido da vida que é se perder e se achar — se buscar e buscar alcançar o outro a quem amar…
Registro fotográfico de 2014, no Litoral Norte de São Paulo.
A Ingridé uma mãe. Eu e a Tânia, brincando, a chamamos de mãe. Não apenas do Bambino e da Maria. Com o seu talento para ser mãe, conseguiu unir pelo amor um cachorro e uma gata num espaço pequeno. Quem dela se aproxima, logo é envolvido por sua energia boa, seu sorriso contagiante e sua postura de mulher madura em corpo de menina. Seus amigos a idolatram, suas irmãs — Romy e Lívia — a amam, a procurando para conselhos ou desabafos. Profissional competente, ninguém imagina que naquele corpo pequeno esteja uma exímia advogada, reverenciada por despossuídos e poderosos aos quais ajuda para se desvencilharem de seus problemas legais.
Quando pequena, já queria se tornar advogada (quem sabe, um dia talvez juíza?), para defender os injustiçados. Mas todos sabemos que nem todos o são e, mesmo assim, ela tem consciência que deve cumprir o seu dever de defensora dos seus clientes diante da Lei. Sempre voluntariosa, quando (mais) pequena, me deixava de cabelo (quando o tinha) em pé com as suas escapadas. “Por onde anda a Ingrid, gente?”… “Presa numa enchente no ABC, onde foi assistir um show de rock!”… Devia ter 12 ou 13 anos. Ela que me corrija, se eu estiver errado.
Muito inquieta, brincalhona, de feitio mais arredondado, ao crescer percebeu que tinha que controlar a alimentação que lhe acarretavam repercussões físicas indesejáveis. Corajosa, enfrenta os problemas psicológicos a que todos nós desenvolvemos com o tempo e a carga que a realidade nos impõe. Eu, mesmo, apenas neste quadrante, tomei essa atitude de fazer terapia. Muito, por sua influência indireta. Essa boa influência compartilha com as suas amigas e amigos, ao quais conheci de mais perto e pude verificar a riqueza de caráter da grandíssima maioria. É comum, ao nos aproximarmos mais de algumas dessas amizades, torcermos para que fiquem bem, desejando para que tomem os melhores caminhos, porque as queremos bem.
Chamado de “Tio” por algumas delas, busco não ser tão intrusivo e sigo os conselhos dela e das irmãs para que não pareça tão inconveniente. O que não é fácil… Mas, enfim, a aquariana que hoje aniversaria, cumpre quase todos os bons predicados do signo da Nova Era que está para se iniciar — o que proporcionará à maioria dos seres humanos a descoberta, a verdadeira vivência e o real conhecimento da Consciência Crística. Espero que não demore a chegar, pelo bem de Gaia…
Gosto muito dessa foto! Não sei como a minha mulher tolerava o meu estilo riponga! E a minha filhota do meio, Ingrid, com aquele olhar de quem estava sempre disposta a aprontar! O ano? Feliz!
Em Matrix, o filme, tomar a pílula azul representa para a personagem que depois se tornará Neo continuar a viver na ignorância, realizando as suas tarefas como um ser humano que não sabe de outra realidade além daquela: trabalhar para obter recursos para sobreviver dentro da certeza que a Matrix lhe impõe. Eu conheço a verdadeira realidade e, por isso, para entrar em ação nesta dimensão, tomo a pílula azul. Para mim, funciona o tempo em que atuo como ser produtivo na “nossa” sociedade. Não é fácil, mesmo porque a memória da organização dimensional alternativa volta e meia se infiltra nessa em que aceitamos como comum a todos. Mas não é para mim e sei que não é para muitos. Enquanto isso, sobrevivemos tendo a consciência de um mundo que nos dilacera a alma…