Ontem, no domingo, fui a um estabelecimento de produtos horti-fruti-granjeiros. Pelo caminho, vi um cãozinho caminhando aos saltos. As pernas traseiras estavam duras. Ele fez me lembrar do Nego Véio, um cachorro que já chegou em casa com dificuldades locomotoras. Um pouco mais à frente, parou junto a um ponto de ônibus, onde cheirou a ração posta para ele e outros possíveis cães de rua. Tomou um pouco de água e prosseguiu a sua caminhada. O Sol estava mostrando todo seu poder de fogo, beirando os 32ºC.
Quando cheguei à Horti-Fruti, lá estava ele, deitado num pequeno corredor, descansando. Dormia profundamente. A paz dos inocentes. Não fosse a voz de contrariedade da Tânia na minha cabeça: “Mais um?”. Os nossos seis amigos peludos que estão conosco não estão mais tão vigorosos. A Lolla, a Dominic, Alexandre (menos) e o Nego Véio têm problemas de saúde, mas continuam glutões.
Com a minha experiência de décadas no trato com os cães, sei que estão no termo final de suas vidas. Sempre digo que é uma tremenda coragem aceitarmos ter conosco seres que se fazem imprescindíveis enquanto vivem num tempo previsivelmente menor que o nosso. Sofremos por suas partidas e os relembramos vendo as suas fotos e filminhos como se filhos fossem. Porque, são filhos do coração…

