fogueiras crepitavam um junho
rostos afogueados olhares e vinho
corações flamejantes sorrisos
passos errantes em alerta sentidos
testemunham os caminhos
quem tomará a iniciativa?
os dois querem e se valem
alheios aos outros se oferecem
aos pelos arrepiados não é o frio
da noite feita madrugada
desejo crescente e merecedor
o sol no plexo que mal respirava
raios em fuga das peles
ela decide que assim será
o tímido gela quando limpa
a boca de vermelho batom
encurrala o amante num canto
corpos presos imantados
almas libertas em música e dança
lábios se unem em línguas falantes
entrementes voltas completas
do planeta em torno da estrela
para sempre será um junho…
Foto por Vladimir Konoplev em Pexels.com