05 / 09 / 2025 / Independência Em 2020

Em 2020, por ocasião da comemoração do 7 de Setembro, o Google colocou na página de buscas essa imagem ilustrativa. Perguntei: “O que é que é isso, Google? Hoje é aniversário de independência dos Estados Unidos ou do Brasil?

Sintomaticamente, tanto naquela época, como agora, há uma parcela de cidadãos que expressam seu amor ao País de Trump com muito mais fervor e admiração do que para o nosso. Não se importam de prejudicarem a nossa Pátria em busca de ganhos pessoais — tanto economicamente quanto pessoalmente. Aliás, muitos dessas personagens confundem uma coisa com a outra — família e Pátria — aduzindo ganhos econômicos como tempero indispensável. Afinal, tudo gira em torno do dinheiro, mesmo. A Ideologia passa longe dos projetos políticos para se tornarem mecanismos de apropriação de meios para faturamento financeiro. Enquanto isso, vamos tentando sobreviver a tanta negociação entre as forças que dominam o País — políticos que passeiam entre as demandas populares e os interesses particulares.

BEDA / Bacurau Contra A Quadrilha Pé De Chinelo Cravejado De Diamantes

Uma das Últimas cenas de Bacurau, filme de 2019.

“Os moradores de Bacurau, um pequeno povoado do sertão brasileiro, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Aos poucos, eles percebem algo estranho na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam à cidade. Quando carros são baleados e cadáveres começam a aparecer, Teresa, Domingas, Acácio, Plínio, Lunga e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Agora, o grupo precisa identificar o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa” — sinopse do filme Bacurau, lançado em 2019.

Há alguns dias, revi esse filme que, com o passar do tempo, ganhou em dimensão. Já impactado quando o vi pela primeira vez em seu ano de lançamento, no início do último quadriênio, as pequenas, mas abjetas práticas do desgoverno federal já antecipava os previsíveis desastres seguidos, incluindo a péssima administração da Pandemia de Covid-19, uma espécie de bônus negativo no tenebroso vácuo de bom senso que havia possibilitado a eleição do Ignominioso Miliciano.

No centro da cena, um sujeito que resultado de uma amálgama de fatores que geraram o estabelecimento de quadrilheiros como políticos profissionais no Rio de Janeiro, chegou ao plano nacional não mais como Deputado, mas como Presidente. Divulgado no primeiro cargo como piada, acabou influenciando uma parte da população que o via como um tipo antissistema. Ao contrário, ele justamente representava a faceta espúria do povo brasileiro herdeira do sistema escravagista que regeu esta nação por 400 anos. O grupo do qual fazia parte talvez não tivesse a garantia de que chegariam ao poder, caso desse certo o conluio de procuradores e juízes que viciaram o processo da eleição. Optaram por agirem localmente, aplacando seus opositores violentamente.

Marielle Franco, principalmente, que começava a atrapalhar o projeto de ampliação do poder da Milícia caiu vitimada, junto a seu motorista, Anderson Gomes. Além disso, a jovem vereadora tinha um futuro pleno de possibilidades a longo prazo, o que poderia interferir no quadro de dominação do reduto eleitoral miliciano. Atualmente, não duvido de que várias operações de “combate ao tráfico” por parte da Polícia carioca, tenha por objetivo essa mesma “política” de ampliação das áreas de influência desse poder paralelo que já abarca boa parte da antiga capital brasileira. O alto número de mortos em “confronto” assemelha-se a execuções de líderes opositores.

Em nível nacional, após o afastamento do candidato mais forte à Esquerda, em 2017, que poderia obstar o avanço da Direita retrógrada na administração do País, iniciou-se o processo de desmonte da estrutura governamental já estabelecida. Seguiu-se a “orientação” dada pela barafunda de preceitos de Olavo de Carvalho — íntimo do presidente eleito & filhos —, um místico da pior qualidade, metido a filósofo, bem afeito aos falsos profetas que as redes sociais digitais propagam como praga.

Fascinado pelo macho-alfa do Norte, o Ignominioso Miliciano fazia de tudo para imitá-lo. Pode parecer perverso, mas o imaginava chupando o pauzinho do Mister Carrot em todos os encontros que tiveram. Metaforicamente, era o que fazia — incluindo um “I love you” publicamente expressado. Quase chega a parecer justiça poética atualmente os verem correndo o risco de serem condenados não pelos piores crimes que cometeram, como desmonte do Obama Care, nos Estados Unidos e pela não opção da vacinação em massa no Brasil, quando o tal teve a oportunidade de implementá-la. Ainda mais que surgiu a informação que o “nosso desgovernante” tenha intencionalmente ignorado cerca de mil estudos sobre a letalidade da Covid-19. Eu me lembro que chegou a dizer que “apenas velhos e pessoas com comorbidade” poderiam vir a falecer. Como se isso não fosse suficiente… A possibilidade é de que tenha chegado a duas centenas de milhares de vítimas fatais a não adoção da política preventiva.

Com o caso das joias — relógios, pulseiras, canetas, braceletes, colares e outros artefatos — ganhando espaço no noticiário político, não parece inviável que a compra de uma vacina indiana sem comprovação de eficácia e prazo de entrega por um preço exorbitante, além de pagamento adiantado para uma conta criada às pressas, é um indício de que faça parte de uma tentativa de desvio do erário público da gangue instalada no Palácio do Planalto. Afinal, avançar sobre áreas públicas para erguerem prédios sem fiscalização, dominar a distribuição de gás e pontos de TV À Cabo e Internet clandestina não daria tanto dinheiro. Talvez, a venda de drogas… e a compra de vacinas superfaturadas, descobriram. Não custava nada tentar. Qualquer coisa, desmentiriam, com os fanáticos bem alimentados de grama dizendo amém.

Em Bacurau, um político “vende” os moradores da cidade de mesmo nome para um grupo de caçadores esportivos americanos. Em vez de animais, os alvos são aquelas pessoas “dispensáveis” — os brasileiros típicos de algum lugar do Nordeste — o Brasil autêntico no que ele tem de mais interessante: criativo, delirante, sofisticadamente simples, exuberante, apaixonado e violento, quando provocado. Um povo cordial, portanto passional. Os assassinos não esperavam resistência. Para tornar o jogo mais excitante, utilizavam armamento antigo, mas igualmente mortal. A ação contra os habitantes da vila, seria como pescar peixes numa bacia. A excitação que a expectativa das execuções causavam era orgástica. Ganhavam pontos a cada execução — velhos e crianças, inclusive.

A passagem que achei mais emblemática se dá quando um casal de brasileiros se mete na matança, tirando a chance de duas mortes do jogo ianque. Estavam lá para dar apoio logístico, apenas, não para participarem diretamente. Na mesa de reunião, ocorre uma discussão sobre a condição racial. Ainda que tivessem a tez branca, não poderiam ser chamados de brancos. Os americanos decidiram que eles em não fazendo parte do grupo, os executaram. Afinal, eram apenas latinos. Para a maioria deles, somos todos “cucarachas” — baratas nojentas — a serem pisadas pelas botas que calçavam.

A elite rastaquera daqui se sente superior, mas sofre igualmente preconceito dos seus pares do Norte. A única semelhança é acabar por se igualarem na mais baixa condição de ser humano — insensível, repressor, ignorante e indigno — assim como os assassinos de Bacurau. Apenas não contavam com o poder de resistência de quem desprezavam…

Texto participante do BEDA: Blog Every Day August

Denise Gals Mariana Gouveia / Roseli Pedroso / Lunna Guedes / Bob F / Suzana Martins Cláudia Leonardi

Sobre Assaltos E Assaltos*

Modelo de celular de 2013

Frequentemente, captamos no ar a perplexidade de brasileiros que se sentem melhor, mais confortáveis fora do país do que nele. É como a situação daquele garoto que se sente mais aceito na casa do vizinho do que na da sua família. A reação que temos com relação aos fatos do cotidiano pode nos levar a querer abandonar o barco, já que a nítida sensação é de que ele esteja afundando.

Com o passar do tempo, e às vezes por conta de características pessoais, alguns tem a tendência de olhar o que nos rodeia de uma forma mais abrangente. Acrescentando de que o nosso país foi “fundado” por colonizadores europeus que fizeram aqui o que em seus países nunca ousariam, observo que criou-se a máxima de que “não existe pecado abaixo da Linha do Equador” para justificar certas ações. A frase, de meados do Século XVII: “Ultra aequinoxialem non peccari”, em 1973 ganhou o gingado de um frevo tendo como autores Chico Buarque e Ruy Guerra, feita para a trilha sonora da peça Calabar – Elogio à Traição.

Somos um país jovem, um pouco mais de 500 anos, em comparação a outros que contam com 2.000, pelo menos, para ficarmos apenas na Europa. Isso não impediu que até há pouco (em termos históricos, 70 anos é muito recente), os europeus vivessem uma guerra sanguinária que dizimou milhões de pessoas. Nós, brasileiros, temos uma tarefa enorme pela frente na construção da boa cidadania e, enquanto isso, temos certos preços a pagar, ainda que sejam relativizados, não devem ser esquecidos e sim, resolvidos.

Ter isso em mente, talvez ajude, mas não impede que nos revoltemos com o dia a dia de violência em todos os níveis da sociedade – político, econômico, social, pessoal, etc – que vivemos em “nossa” casa. Hoje mesmo, agora de manhã, a minha filha mais nova, Lívia, foi assaltada no ônibus com o qual ia para a escola e levaram o seu celular, que comprei de presente para o seu aniversário e que ainda estou pagando. Pessoalmente, isso tem um custo, mas não é tão alto quanto o custo social causado pelo desvio de verbas da Saúde e da Educação por alguns bandidos eleitos por nós. De certa forma, o “modus operandi” dos dois tipos de assaltantes seja similar, mudando apenas o nível e amplitude dos operadores da ação.

No caso do celular, bloqueamos o chip e o aparelho, o que é apenas uma espécie de pequena “vingança”, já que os ladrões não conseguirão utilizar a grandíssima gama de dispositivos dele. No caso dos ladrões do erário público, pegos no ato, a aplicação de leis que já existem, bastaria para que houvesse uma verdadeira revolução, de alto a baixo em nossa sociedade. Exemplos maiores teriam o efeito de criar uma atmosfera de equanimidade. Não é vingança, é justiça! Mas, cadê a vontade política para isso? Aliás, se são esses servidores públicos que fazem as leis, porque teriam a hombridade de fazer o que é certo, mas que iria contra seus interesses pessoais?

*Texto de Novembro de 2013

Dias Piores Virão… *

Um dia, em 2016…

“Cheguei em casa do trabalho por volta da meia-noite. Esperei pelo noticiário para tentar entender o que estava acontecendo em nosso País. Corrupção pública e privada, crimes contra as pessoas, instituições falidas. Tentava entender porque a Bolsa, que estava em alta, com o dólar em baixa, no dia anterior, hoje (ontem, amanhã) reverteram as expectativas e os sentidos… Manipulação do mercado financeiro? O povo que se dane?

Dois dos meus sentidos deviam estar me enganando!… Mais e mais, senti o meu corpo afundar no sofá com o peso das informações… Não é caso de desvalidar os veículos de comunicação que as veiculam. Não se trata de matar os mensageiros apenas porque nos dão notícias ruins. Mas sim entender porque nós nos colocamos, como povo, nessa situação sem sentido e, aparentemente, sem uma solução ‘honesta’.

Para qualquer lado que formos, que Deus nos ajude!”

*Neste texto de 2016, se já prefigurava o resultado de um jogo perigoso iniciado dois ou três anos antes em que se estabeleceu a premissa de César, general e imperador romano, milhares de anos antes — dividir para dominar — estimulada por agentes políticos interessados em governar sobre os despojos resultantes. Essa cisão acabou em resultar no atual estado de penúria institucional e ética, somada à uma crise sanitária que nos marcará por gerações ou talvez nem tanto, dada a incapacidade do povo brasileiro de se lembrar sequer o que aconteceu no verão anterior. Isso não é sinal de cura, porém de incúria.

Viagem Aos 70

Jairzinho, na Copa de 70, agradecendo após um gol

A viagem que pretendo fazer não é aos meus 70 anos de idade, no futuro, mas aos anos 70 do século passado — XX. Mais propriamente, a 1970, tecnicamente, o último ano da década de 60. Ao ver uma reportagem sobre os 50 anos da Copa de 70, não deixei de me arrepiar. Emoções à flor da pele, explosão de sentimentos marcado pelo coração acelerado são prenúncios de que a paixão se faz presente e é irrefreável.  

Por mais que soubesse que vivíamos os anos de chumbo, sendo o meu pai um dos perseguidos pelo regime de exceção democrática (ainda que essa fosse a regra desde a instauração da República), os lances protagonizados pelos jogadores daquele timaço realmente me emocionou. Cheguei a me sentir um bobo. Mas o efeito físico não deixava dúvidas sobre a importância daquele fato em minha vida.

Ao ouvir e ver o depoimento emocionado de Gilberto Gil, ele também um perseguido pela Ditadura, me lembrei que ainda que estivessem privados de sua liberdade, os homens e mulheres em suas celas ouviam a transmissão radiofônica e comemoravam os gols e as vitórias da “Seleção Canarinho”. Para ajudar a tornar aqueles dias oásis de relativa alegria no deserto de ódio, entremeados por gritos de dor e choro, por causa dos jogos não ocorriam os chamados “interrogatórios” — alegoria usada para retratar a ocorrência de “torturas” — onde o objetivo não era o de obter informações, mas o de construir uma narrativa imposta para configurar o ataque ao Estado (que havia), mas não na proporção que estabeleceram. Além disso, as torturas serviam para quebrar o espírito dos acusados-encarcerados. Os mais resistentes, eventualmente sobreviviam. Outros, desapareciam…

Na Copa do Mundo de Futebol do México, em 1970, eu tinha de 8 para 9 anos. Foi a primeira transmitida pela TV para o Brasil. Tínhamos um televisor Bandeirante de 14” PB, porém estranhamente a minha memória dos jogos é colorida. Obviamente porque os revi várias vezes no padrão que entrou em operação no Brasil apenas em 1972. Ou porque a criança vê tudo colorido. Mas nem sempre. Eu me lembro do meu pai, ainda que tivesse um carinho especial pelas coisas da União Soviética, ao me convidar a ver a descida do homem na Lua, em 1969, transmitido pela televisão (ou talvez fosse uma das outras missões), ficou chateado por meu desinteresse em relação ao evento, já que a movimentação era lenta, a imagem granulada e a emoção dos filmes de ficção ajudaram a sabotar o meu olhar para a realidade que presenciava.

Mas hoje, ao rever as jogadas dos jogos da seleção, um arrepio perpassou por minha espinha e se espraiou por meus braços e pernas. Cada lance era perfeito em si. Os passes eram precisos, as ações consequentes, a movimentação era coreografada como se fosse um balé, os gols eram obras primas, mesmo aquele em que Jairzinho errou o chute depois da bola bater em seu joelho e entrar direto. O “Furacão da Copa” — epiteto dado pelos mexicanos, que entendem de furacão — protagonizou lances de força, destreza e rapidez. Tostão, mesmo depois de uma cirurgia no olho, parecia enxergar o jogo feito um ninja vendado. Félix, o goleiro, para mim era inseguro. O capitão Carlos Alberto, um portento de lateral-atacante. A defesa formada por Brito, forte como um touro, e Piazza, um médio-volante recuado que atuava como líbero, era completada por Everaldo, mais postado na retaguarda para dar liberdade ao meio de campo formado por camisas 10 em seus times: Gerson, no São Paulo e Rivelino, no Corínthians, além de Pelé, no Santos. O médio-volante Clodoaldo jogava como os atuais meias mais modernos. Na final contra a Itália errou por preciosismo no gol da “azzurra”, porém no quarto gol, iniciou a jogada com quatros dribles antes do meio de campo, deixando os italianos tontos. Foi um dos protagonistas do gol mais bonito de todos os tempos pela formação da jogada, pela participação de quase todos os jogadores do time em campo e pelo desenvolvimento do meio para a esquerda até o meio para depois chegar à direita na entrada da área adversária culminando com o gol de primeira de Carlos Alberto, com o passe com o toque de mestre de Pelé.

Pelé, hoje é uma figura controversa por questões que envolvem a sua vida particular, como não ter reconhecido a paternidade de uma filha fora do casamento ou por ter se relacionado preferencialmente com mulheres brancas. Na vida pública, por nunca ter se pronunciado claramente contra o racismo. Pessoalmente, disse que nunca se sentiu discriminado, o que causou revolta pelos engajados politicamente na luta pelos direitos das minorias. Para mim a rejeição a Pelé envolve distorções por parte de quem a sente. O menino de Três Corações, criado em Bauru, vindo ainda garoto para Santos é preto, porém os pretos se sentem apartados de sua história. Muitos brancos não perdoam a sua genialidade e protagonismo numa sociedade racista. Os da direita até concedem que tenha existido, os da esquerda se ressentem que não fosse como um Cassius Clay / Mohamad Ali, assertivo em sua militância ou que dissesse frases de efeito como Maradona, morto recentemente. Este, um maravilhoso jogador que fazia com uma perna só o que a maioria não faz com as duas, se envolveu com a Máfia italiana, tornou-se usuário de drogas pesadas e era alcoólatra. Causou muitas confusões e alimentou polêmicas. Porém, também era charmoso, se posicionava à esquerda em suas declarações e foi festejado como um herói nacional argentino. Isso nunca acontecerá com o atleta mais completo que já existiu no mundo para a função de futebolista. Os brasileiros têm a estranha mania de desvalidarem os seus filhos proeminentes. Alguns nem chegam a ser reconhecidos como tal, a não ser que o sejam antes no exterior. Pelé só foi jogar fora, nos Estados Unidos, depois de ter ido à falência por responsabilidade de um sócio capcioso. Lá, conseguiu viabilizar o “Soccer” como esporte e negócio. Os Estados Unidos, apesar do time masculino ainda não ter se destacado, no feminino é considerado um dos melhores do mundo, sendo o atual campeão mundial.

Se tivesse acabado como Garrincha, pobre e com problemas de saúde causado pela bebida, talvez dessem ao melhor jogador de Futebol de todos os tempos (incluindo os que virão) o benefício de ser um homem comum, que erra tanto quanto acerta. Ao contrário de muitos incríveis criadores que têm a sua genialidade ligada à condição de serem péssimas pessoas, sendo incensados, Pelé é condenado porque, sendo tão especial, não deveria errar. Quando estava em campo, no entanto, não há como deixar de perceber que pelas quatro linhas correu um semideus.