Prazo de Validade

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Sarah está para entrar em seus quarenta anos de idade ainda cheia de planos, talvez até mais do que quando casou, aos vinte. Na época, apesar de vir de uma família de mulheres atuantes profissionalmente, decidiu ser dona de casa em tempo integral. Mãe e cuidadora dos filhos – Filipe e Mirian – cria que administrar um lar a completasse fielmente. Durante os primeiros cinco primeiros anos de união com Bento, se sentiu realizada nessa atuação. Mais ou menos por esse tempo, o companheiro começou a se ausentar da vida familiar. De início, apesar de perceber a mudança, acreditou na alegação de que o crescimento profissional o ocupava por tempo demais.

Dois anos depois, as coisas voltaram à rotina anterior. O entusiasmo de Felipe com o futebol, o mesmo que Bento sempre carregou, fez com que se esforçasse ao máximo para estar nas ocasiões de convívio doméstico. Levava e trazia Felipe na escolinha de futebol ou assistia aos torneios do qual o menino participava. No entanto, a atenção dispensada à caçula não era igualitária. Certa vez, deixou de ir à uma apresentação do balé na escola. Gradativamente, cresceu seu alheamento quanto à menina.

Quando Sarah advertiu Bento sobre a sua atitude insensível, ele a olhou de uma maneira que nunca vira antes, quase com desprezo. Aquilo a magoou profundamente. Sentiu-se como que estapeada no rosto. Dali por diante, mesmo se percebendo cada vez menos ligada à Bento, Sarah preferiu sustentar o casamento. Aos familiares, que nunca entenderam sua postura sem protagonismo, dizia que o fazia pelos filhos.

As desavenças entre os dois cresceram em volume e rispidez. Por volta dos dezoito anos de matrimônio, decidiram se separar judicialmente. O fato de Sarah ter decidido iniciar um curso de Educação Física, teria precipitado a separação. Bento repisava que a faculdade a deixaria exposta, já que a grande maioria dos alunos era composta por jovens na flor da idade. Aquilo, para ele, era uma ofensa pessoal. Convenientemente, não mencionava os seguidos casos extraconjugais que viveu, principalmente o penúltimo, com uma amiga próxima, que foi revelado com estardalhaço em uma festa de família, para a humilhação de Sarah.

Filipe, que já há muito tempo percebia que o pai não agia corretamente com a mãe, a apoiou, enquanto Mirian, foi contra. Ela se sentia traída, justamente no momento que seu pai passou a demonstrar maior atenção e a presenteá-la com mimos. Quanto a Bento, secretamente parecia concordar com a possível separação na esperança de demover Sarah aos poucos de frequentar a faculdade. Ele dificilmente encontraria uma mulher tão prestimosa e manipulável quanto Sarah, ao mesmo tempo que poderia manter a coleção de casos em série, em competição informal com os seus colegas de trabalho.

Quanto a Sarah fazia força para acreditar que os primeiros anos de matrimônio tenham sido felizes o suficiente para lhe garantir a certeza meio dúbia de que nem tudo teria sido em vão. Apenas não saberia se teria coragem de voltar a se entregar a mais alguém. Ela, quando percebeu que o seu projeto de mulher caseira falira, decidiu voltar suas energias para algo que sempre gostou desde menina. Na verdade, as longas caminhadas e a frequência na academia a mantiveram estável durante todo o processo de desgaste de seu relacionamento. Nos exercícios, expurgava, junto com o suor, a mágoa que crescia progressivamente.

A assiduidade ao curso a afastou um tanto da rotina doméstica. Não sem o protesto velado dos que sempre se sentiram totalmente atendidos nos anos anteriores. Sabia que a separação iminente a deixaria como uma laranja chupada e sem sustentação. O seu sonho teria se mostrado quase um pesadelo se não fosse a presença dos filhos, pessoas boas e sensíveis. Compreendia perfeitamente a atitude de Mirian, que se deixava levar por uma estratégia torpe de Bento para atingi-la.

Sempre ouvira dizer que a paixão, o amor, as afinidades sentimentais tinham um prazo de validade variável, a depender de quem os compartilhasse. Apenas não sabia que poderiam tão facilmente puírem com o tempo ou até se transformarem em outra coisa e que a sua dedicação viesse a inspirar desprezo por quem foi objeto dela. Quais leis regeriam as emoções?

No curso, percebeu que um rapaz, quinze anos mais novo, lhe dedicava uma atenção maior. Nos momentos mais intensos de sua crise conjugal, quando sentia quase ceder à depressão, magicamente ele surgia com uma frase engraçada, uma palavra agradável, uma ação de solidariedade, como quando a ajudou em um trabalho importante. Começou a se sentir atraída por seu sorriso aberto. Sua presença física que parecia lhe proporcionar uma sombra refrescante em dias quentes de verão.

Defensivamente, começou a se evadir de situações ou lugares que os colocasse juntos. O que era quase impossível. Completado dois anos de curso, quando finalmente assinou as papeladas do divórcio, insistiu em ir a aula. Teve uma crise de choro em plena classe. Saiu correndo, sem perceber que ele fora atrás. Todos os mais próximos sabiam que ele a amava, o que havia despertado o ressentimento de algumas moças que não entendiam o que ele vira naquela “velha”. Quando parou de correr e se posicionou no muro junto a uma árvore, ouviu a voz de Satriani a lhe chamar suavemente: Sarah!… Não sabia se aquilo aconteceria, mas queria que ele a tivesse a seguido. Quando se voltou, o abraçou e o beijou como se fosse o último gole de água na terra ressequida.

Dali por diante, ficaram juntos sempre que puderam. Eram alunos esforçados e não queriam que o aprendizado fosse prejudicado. Esse apoio fez com que melhorassem as notas, mutuamente. Quase sem querer, faziam planos para o futuro. Para ele, aconteceu de maneira natural. Para ela, foi uma surpresa se envolver tão rápida e profundamente com outra pessoa.

O fato dele ser mais jovem não trouxeram dúvidas quanto ao seu sentimento. Ela o percebia ponderado e seguro como nunca sentira que Bento fosse. Enquanto este vazava vaidade por todos os poros, aquele, muito bonito, sequer parecia saber o efeito que causava em mulheres e homens. E dentre todos, ele preferiu deferi-la com a sua atenção. Isso a fez sentir o quanto era prazeroso não apenas ofertar, mas igualmente receber dedicação.

Seus pais, pessoas de posturas libertárias, cuidavam para que o filho observasse a liberdade com responsabilidade. Por isso, ao se apaixonar pela bela mulher de rosto maduro, mas com um quê de inocência, não quis invadir a sua vida com a sua paixão instantânea. Quando soube, por comentários laterais de colegas em comum, que o casamento de Sarah estava por um fio, não deixou escapar a oportunidade de se fazer presente e solidário. Sabia que enfrentaria objeções de amigos, como sabia que a barra não seria mais leve para Sarah. Contudo, com o apoio dos pais, cientes de suas decisões sãs, se sentiu confiante em viver aquele amor.

Sarah, finalmente revelou o que estava a acontecer para sua mãe, irmãs, primas e tias, que aplaudiram alegremente a incrível comunicação. Queria se aconselhar antes com a “facção” feminina da família quando e como deveria fazer o anúncio da novidade para os filhos. Disseram a ela deveria ser direta, sem muito esperar. Inevitavelmente, lhe perguntaram o que estava realmente a sentir. Sarah respondeu que, ao ficar tantos anos preservada do contato com a vida fora do lar, causou certo retardamento em sua maturidade emocional. Assumia que fora responsável por se abster de vivenciar certas emoções que a congelaram no tempo.

Sarah havia gostado de Satriani desde que o conhecera, porém nunca quis aprofundar o contato. A atração mútua só explodiu em carinhos, beijos, abraços e sexo do bom apenas após o seu divórcio. Quanto à diferença de idades, ela simplesmente respondeu, convicta, que o casamento durou apenas cinco anos e se arrastou por mais quinze. Quanto ao novo amor, qualquer tempo que se entregasse a ele –  o que a fazia muito feliz – seria com os olhos bem abertos, sentimentos reais e sem falsas expectativas. Com a intensidade redobrada de quem se sentia viva, o prazo de validade era indeterminado – um, dois, vinte anos – cada momento seria para sempre…

Eu Odeio Você!

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O Observador

Ela olhou diretamente nos meus olhos e vociferou, boca encrespada: “Eu odeio você!”.

De suas pupilas faiscantes, dardos de desprezo me despedaçaram em tiras.

Não sei como me sustentei sobre as pernas. Cheguei a ouvir uma vozinha dentro de mim, que dizia: “Fique em pé. Se cair agora, ela o desprezará ainda mais…”.

Calei e afastei o meu corpo desabitado de mim. Uma típica reação de autodefesa do sistema vegetativo autônomo. Emocionalmente, estava morto.

Sabia que ela estava fora de si. A medicação que tomava estava afetando o seu nível de consciência, a ponto de ver em mim, o inimigo.

Outras ocorrências mais graves vieram a se precipitar, logo depois. Decidimos que deveríamos cessar a administração das drogas que, em vez de ajudarem, tornavam as condições de seu estado mental bem mais precárias. Com isso, aos poucos, o seu humor melhorou e, aparentemente, ela retornou a ser a pessoa amorosa que sempre demonstrou ser.

Sobre esse e outros acontecimentos à época, nunca chegamos a conversar. Carrego a curiosidade meio mórbida em saber se aquele ódio tenha transbordado de tal modo que ainda perdure em reminiscências. Eu, jamais esqueci… Ao me ver diante dessa possibilidade, me acovardo…

Ressuscitado mais uma vez, já não era o mesmo. Aquele outro – o Observador – que apenas me acompanhava do lado de fora da trama, passou a assumir cada vez mais a minha identidade. Na posição de ator principal, quase sempre atua  o coadjuvante…

Sentidos

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Ver não é enxergar…

Em um acidente tão prosaico quanto difícil de explicar, prendi os dedos da minha mão esquerda na porta, exceto o polegar. Como o meu próprio corpo a impedisse de ser aberta, pois eu estava sendo pressionado contra uma estrutura, fiquei quase um minuto a sentir a pressão de oitenta quilos sobre as quatro falanges até que fossem liberadas. Felizmente, não quebrei nenhuma delas, mas perdi a sensibilidade na ponta do dedo anular. Espero que momentaneamente. Nada tão sério quanto a falta da mão esquerda de um companheiro de mergulho com o qual conversei à respeito da dor fantasma quando ganhei a sua admiração pela destreza em pegar jacaré nas ondas da praia onde estava.

Apesar de insensível ao toque mais delicado, essa ponta de dedo sente frio e calor. Não está roxa, sinal que apresenta circulação. Simplesmente, parece um território estrangeiro a ocupar um pedaço do outro – Base de Guantánamo em Cuba. O anular esquerdo não tem deixado de me ajudar nas tarefas. Agora mesmo, estou a utilizá-lo para escrever no computador, porém isso me fez pensar sobre como sistema sensorial desempenha a intermediação entre o nosso corpo e o mundo exterior.

Os sentidos oficialmente reconhecidos são cinco, alguns mais ou menos utilizados, a depender de cada um. Os olhos são os que mais se destacam na compreensão da realidade pela maior parte de nós. No entanto, pessoalmente acredito que a visão seja o mais enganador dos sensores para revelá-la. Por exemplo, o olhar pode vir a gerar uma paixão, mas será o tato a estabelecer a verdadeira interação entre os corpos dos apaixonados. Como se apregoa por aí, se não “rolar química”, não prosperará. O tato, em quem não enxerga, é outra forma de ver.

O que vemos nos comove de imediato, porém, será o cérebro a interpretar o que enxerga. O cérebro educado em uma determinada cultura, ideologia ou religião, transformará a visão de um corpo nu, por exemplo, em objeto de culto ou perversão, de poder ou queda, subjugação ou liberdade. Afora a avaliação de possíveis qualidades físicas padronizadas de fora para dentro. Os corpos fragmentados de Picasso causam fruição artística, as deformações físicas reais podem vir a causar repulsa ou compaixão. O ideal é que nos libertemos da visão como meio de revelação do sentido da vida.

Quando ao olfato, descobri a sua dimensão quando, em certa ocasião, estava passando por algum processo infeccioso, talvez no fígado. Fiquei com esse sentido bastante estimulado. Percebi como os cães e outros animais, além dos deficientes visuais, são eficientes em “enxergar” o que não veem. Ao dobrar uma esquina sabia que encontraria o vendedor de abacaxi logo adiante. Tinha consciência do momento exato em que minha mãe fazia café, em outra casa do lado da minha, separada por dezenas de metros, paredes e compartimentos. Após ter o meu problema solucionado, perdi esse superpoder, mas não me esqueço até hoje como era impressionante enxergar pelo nariz.

Os odores exercem um forte estímulo apreciado ou não, a depender de sua origem e força. Cada vez mais tentamos reproduzir cheiros naturais para simulá-los ou substituí-los. Até simulacros de feromônios, que no passado nos auxiliavam no processo reprodutivo, hoje é utilizado para ajudar na atração sexual. A sexualidade, cada vez mais valorizada, tem sido encarada como expressão da individualidade entre os humanos. Não apenas o olfato, mas todos os outros sentidos são propagandeados como intermediadores para estimular o consumo em torno dessa força primeva.

Assim como é poderosa a atração que exerce o cheiro da comida. Quase associado ao olfato, o paladar é um sentido em torno do qual a cultura do alimento ganhou espetacular complexidade por se tornar um dado cultural humano, além de ser a maneira que primordialmente usamos para repor energia para o funcionamento do nosso organismo. Organizamos verdadeiros eventos e templos para consumirmos alimentos líquidos e sólidos. Certamente, vivemos e morremos pela boca.

A audição detém uma tremenda importância nas relações humanas e de outras espécies animais. O som se propaga no meio físico em frequências e ondas e apresenta outras tantas características, que talvez transformasse em artigo científico uma simples pincelada sobre os sentidos. Reconhecido como fonte emanante de poder desde sempre, o Som, na Bíblia é apresentado como o próprio Deus – “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Não é à toa que muitos de nós, escritores, que lidamos com as palavras, carregamos certo complexo de grandeza por poder criar e destruir em seus textos.

Os Hindus acreditam que se conseguirmos nos conectar com o som primordial do UniversoOM ou AUM– alcançaremos sintonia com a frequência existencial sublime. De alguma forma, todos nós percebemos o quanto o som pode alterar o nosso humor. Isoladamente ou aliado ao verso – a Música – uma das criações artísticas mais importantes do Homem. A fala é a forma de comunicação mais direta e mais utilizada por nós. Porém, é comum ouvirmos apenas o que queremos e frequentemente interpretarmos de maneira discrepante o discurso da mesma fonte, ainda que seja na mesma língua.

Para terminar, faço alusão aos chamados sentidos extra-sensoriais, de acalorada discussão entre defensores e contrários. A ter como exclusiva a base científica experimental, do modo que a concebemos, eles são refutados. Contudo, ao longo da História humana são utilizados como justificativa para explicar razoavelmente certas apreensões da realidade, principalmente para uma grande parcela das pessoas. Eu, pessoalmente, acredito piamente no sexto sentido feminino. As mulheres costumam sentir-cheirar-ver-tocar-degustar de longe e previamente algumas situações…

Projeto Fotográfico 6 On 6 / O Que Me Inspira

Vivo que estou, tudo me inspira. Do amor à violência, tudo o que se manifesta como expressão humana me deita raízes e razões – a escrita como artifício e meio. No entanto, há temas que fico a respirar recorrentemente. Enquanto não consigo lhe revelar alguns dos mistérios – o que nem sempre o torna menos enigmático – volto a ele várias e várias vezes.

Os fenômenos naturais sempre me atraíram muito. Menino da cidade, antes de saber que havia o mar em mim, a partir dos oito anos de idade fui viver na Periferia, nos rincões quase rurais da Zona Norte do início dos anos 70. Esse afastamento do Centro, permitiu me relacionar com as questões climáticas para além do simples incômodo que pudessem provocar o frio ou o calor, a seca ou a estiagem. Na cidade vascularizada por riachos e rios, isso não deveria ser uma preocupação. No entanto, estando esses recursos encobertos por tampões ou cercados por muros e asfalto, sofremos com a escassez de água ou enchentes destruidoras. A chuva e o sol também são nossos aliados. Quando nos mudamos, não tínhamos água encanada. Ainda que possuíssemos um poço artesiano, usávamos a água da chuva para encher as tinas que colocávamos ao sol em cima da laje para esquentar para um banho morno, além de servirem para regar as plantas e lavar o quintal.

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Chuva na Marginal Tietê.

 

Percebíamos a influência das estações nas plantas. Tínhamos várias árvores frutíferas e sabíamos as épocas em que cada uma frutificava. Bananas, brotavam o ano inteiro. Mangas, goiabas e abacates, sazonalmente. Plantávamos milho, feijão e cana. No inverno, a geada no verde dos morros provocava um efeito de riqueza prateada aos primeiros raios de sol inclinado.

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A quem estas mangas querem seduzir?…

 

Sem a interferência de tantas luzes artificiais, no céu noturno, contemplava com reverência a majestosa grandiosidade do corpo alongado da Via Láctea a derramar o seu leite estelar. Durante o dia, as nuvens em céus de todos os tempos me encantavam, com as suas características particularmente volúveis, em formas e combinações. Os jogos de luz e sombra provocados pela dança retilínea do sol e esvoaçante dos corpos fluídicos costumava entreter o meu olhar em manhãs e tardes. Da mesma maneira, hoje deixo-me levar como a uma pipa ao sabor do vento. Crepúsculos e auroras são naturais símbolos de renovação.

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Voo em direção ao ocaso…

 

Desde essa fase, iniciei mais profundamente o meu contato com os bichos, o que estimulou o desenvolvimento da minha empatia com os outros seres, ainda que não humanos. Fui criador de galinhas e patos. Sempre tive muitos cachorros, gatos e até uma porquinha já passeou como um animal de estimação – Priscila. Inteligente e vivaz, não me lembro de seu destino, muito novo que era. Ou procuro não lembrar. Fiquei dez anos sem comer carne…

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Betânia, no andar de cima. Frida, abaixo. Donas do sofá.

 

As pessoas humanas formavam um grupo estranho para mim. Eu me identificava com os seus componentes em alguns aspectos, normalmente quando fugiam do padrão normal. Sempre fui amigo dos mais estranhos. Formávamos um grupo seleto. Estudantes tímidos, gostávamos de futebol, xadrez, dominó e música. Eu, particularmente, de História, Geografia e Literatura. E Cinema. Sonhava filmes. Sonhei Amarcord.

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Somos filhos da Pátria!

 

Das criações humanas – casas, edifícios, templos, máquinas, instrumentos de comunicação, veículos de transporte, móveis, apetrechos, utensílios, roupas e tudo mais – sempre me fascinaram os casulos, grandes e pequenos, que perdurarão ainda algum tempo depois que nós nos formos. São monumentos à nossa arrogância diante da Natureza. Em torno delas, as cidades se reproduzem e se espalham em ruas, avenidas, praças, estádios – tudo o que torna habitável a sua vaidade.

 

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Pátio do Colégio, ponto gerador.

 

Inspirado por minha convivência com São Paulo, seus habitantes e (des)caminhos, participo do grande concerto – vida que segue sem rumo aparente. Não sei como sobrevivi. Quando brincava de Índio e Cowboy, eu sempre preferi ser o Índio…

 

 

6 On 6 / O Que Te Inspira?
Projeto com a participação de Lunna GuedesTatiana KielbermanMariana Gouveia, Obdúlio Nunes Ortega Maria Vitória.