como se chovesse em nossas lentes
plúmbeos nossos olhares se entristecem
cada vez menos cor
talvez refletindo cada vez maior dor
maior pendor para o sofrimento
cada vez menos luz
como se fossem toldada por voos de milhões de urubus
de asas abertas
sem vazamento de raios solares a vida encoberta
porque vivemos tempos nublados de furacões
tufões
e bufões
que deixam nossa existência acinzentada
empalidecidas nacaradas sem azuis
vermelhos
verdes
cores
como posso deixar de ver-tes?
Participação: Lunna Guedes
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