
Há alguns anos, em umas das temporadas de alguns dias no interior do Rio de Janeiro, em visita à família de minha mulher decidi, sempre que possível, fazer caminhadas matutinas enquanto por lá estivesse para não ficar muito mais enferrujado do que já estava quando voltasse para a velha rotina no Ano Novo, que se iniciaria dali a dias. Vivenciei manhãs calmas, cidade vazia e algumas cenas colhidas por meu celular que, volta e meia, imaginei postar com alguns comentários.
Um dos encontros que tive foi com uma égua a pastar calmamente com o seu potro por uma das ruas ermas. O meu sobrinho Guilherme, sempre em dia com as novidades do lugar, quando citei que a havia encontrado, me informou que a referida égua havia perdido todas as gestações anteriores antes daquela e que, além disso, era defeituosa.
Ao analisar mais atentamente a imagem que registrei, realmente pude perceber que a pata dianteira direita era torta, o que seria um motivo razoável para sacrificá-la, sob a ótica mercantil, visto que o seu valor intrínseco se devia à eventual prestação de serviços usuais: puxar carroças e cavalgadas. Por uma sábia e clemente decisão de seu proprietário, isso não ocorreu. O defeito não a impediu de se tornar uma mãe exemplar para o seu filhote perfeito…