Pelos profundos olhos azuis de Boy George,
vi passar minha juventude,
rasa,
sem viver de amores praticados
com garfo e faca…
Apenas imaginava cenas de sexo sem meio e nem fim,
somente início…
Me masturbar tornou-se um vício,
randômico e contínuo,
sem saciedade…
Quando conheci o sexo real – concretude,
cheiros, fluidos, sons – nada pareceu ser verídico.
Não que isso fosse ruim – sonhava acordado –
corpos vaporizados,
desfeitos pelo prazer…
A diferença sólida
é que as sensações perduram,
ganham direção e sentido – o bom vício
de ter alguém a quem amar –
me tornou dependente de viver…