Campos vazios, agora.
Minutos antes, os meninos que nós fomos, corremos atrás da bola de futebol ̶ a disputamos em divididas; a passamos para os companheiros do nosso time; a perdemos para o time oponente; a chutamos para a meta adversária; nos defendemos de seu avanço contra a nossa meta; a saudamos pelos gols feitos por nós; a amaldiçoamos por vê-la ultrapassar por nossos defensores; a rejeitamos por surpreendê-la dócil aos pés de outro amante; a desejamos cada vez mais a cada rejeição… Ao sairmos do campo, deixamos os meninos que nós fomos para trás e nos encontramos crescidos ̶ jogo ganho ou perdido.
Voltaremos para as nossas casas, para as nossas mulheres, para os nossos filhos, para os nossos afazeres, à espera do futuro em que seremos meninos, novamente…
* Texto de 2015, quando ainda jogava futebol com os companheiros. Hoje, só em sonho…
Pois é, ando com um pouco de preguiça da palavra menino-criança… mas, menino sem dúvida me incomoda mais. Os meninos não crescem. Deve ter um ou outro que se deu conta de que não pode ser menino para sempre, mas a maioria gosta dessa condição e permanece por lá a fazer pirraça.
Sim, a questão é outra, mas o campinho é o lugar dos meninos, só que a maioria não deixa o menino lá… o leva para casa, para suas vidas e os prefere, afinal, a vida adulta insiste em responsabilidades tantas. Melhor gritar pela mãe… rá
Concordo com você sobre essa condição de eternos meninos pirracentos. Joguei com alguns que não os deixavam dentro das quatro linhas e saíam vestidos deles na hora da água, refrigerante ou cerveja. Se levavam para a casa, é provável.