#Blogvember / A Alma E o Mundo

Passava Eu pelos recônditos de um dos Universos, quando fui sorteado pela Consciência Total para descer de minha condição de ser pleno para surgir encarnado no corpo de um Homem – uma das muitas vertentes de seres humanos espalhados por incontáveis planetas – uma forma em que o corpo tem um centro que articula sensações, emoções, sentimentos, ideias, a imaginação e os devidas condições para fazer avançar a abertura da Mente e a manipulação da Energia.

Sabia que aconteceria de ser chamado. Quando chegamos a sermos um com a Consciência Total, dissolvemos a nossa própria identidade, a perdendo para ganhar o Todo. Quando voltei a perceber o meu entorno, sentindo-me apartado Dele já era um prenúncio de minha descida. Como havia perdido a lembrança de meu percurso anterior nas muitas dimensões, como todos os que chegam ao estágio último-primeiro, seria uma aventura nova.

Acessei os arquivos da CT para entrar em contato com a História e o desenvolvimento humano daquele planeta tão pequeno quanto importante. Estavam, nas condições nas quais iria encarnar, ainda ligados à mandamentos que mais aprisionavam do que libertavam a Mente, de modo geral. Em lugares, aqui e ali, já existiam Avatares que haviam anunciado as possibilidades de escaparem às adversidades provocadas por desvios que o Egoísmo produzia. Mas o aprendizado era disperso e variável em repercussão. Crenças na se deslocavam para a matéria em vez de serem vivenciadas como vibração espiritual.

A minha encarnação na Terra – esse é o nome do planeta que seus habitantes lhe deram, apesar de ser composto a maior parte por água – foi bastante tumultuada. A mulher que me gerou, Maria, era uma pessoa corajosa, que enfrentou a possível acusação de traição de seu marido. Era, igualmente, compassiva. O que tornou tudo menos penoso. O meu pai terreno, José, me adotou ainda que pudesse passar por um homem enganado. Eu o amei profundamente. Era um pai exemplar. Entendeu o seu papel no concerto. José me ensinou o seu ofício e, quando eu o executava, entrava em transe. Eram momentos em que Eu conseguia voltar ao Nada. Descansar.

Sabia o que estava por vir, mas a Humanidade a cada ano que vivia absorvia a minha consciência. Entendi perfeitamente o quanto a mundo material era poderoso. Fui feliz pelos dezoito anos em que visitei lugares diferentes, perto de onde nasci. Voltei às terras de onde vieram os Reis Magos que me saudaram graças às estrelas que conseguiam ler. Tive contato com os saberes da Índia e conheci o lindo trabalho de Buda. Porém, o estado de coisas em Israel e Judá exigia outro tipo de abordagem. As centenas de anos antes de experiência em que a Alma ganhou preponderância foi engessada por leis em que o povo foi dividido em castas. A riqueza material era mal distribuída, criando choques entre os poderosos que utilizavam seus súditos e servos para conquistas que se perpetuam em ciclos enquanto houver os egos pessoais como diretores dos caminhos humanos.

Aos meus trinta anos terrenos, voltei para a região em que Eu (re)nasci. Vivi os altos e baixos de quem fala o que considera ser verdadeiro, mas que vai contra as regras vigentes. Fui amado e repudiado, inclusive por quem considerava amigos. Muito mais humano do que gostaria de me sentir, ouvi coisas que me angustiaram. Em uma ocasião, senti que “o mundo parou ali onde dói a alma e onde o silêncio é apenas aquele eco que invade os meus ouvidos surdos”.

E ainda hoje, ouço falarem em meu nome atrocidades que dividem os homens em categorias que buscam desvalorizá-los para ascender quem pronunciam versículos ditos sagrados. Alguns se auto intitulam mensageiros do Altíssimo, sem entender que não existe alto e baixo, longe e perto. Não voltarei para anunciar boas novas que são tão velhas quanto o Universo mais antigo. Não quero mais ser crucificado em uma Santa Cruz, lugar de tortura e sofrimento. Se sou Rei é do Amor. Não quero que chorem de novo – Maria e suas irmãs, minha amiga Maria Madalena e Verônica. Não quero ser perfurado por lanças, que me façam beber fel e me coloquem uma coroa de espinhos. Mas é isso que é feito todos os dias com seus habitantes por quem comanda as ações no “meu” planetinha querido. Em algum Tempo entre tantos tempos, espero que consigam suplantar os seus medos e egos…

Foto por Pixabay em Pexels.com

Participam: Mariana Gouveia / Roseli Pedroso / Suzana Martins / Lunna Guedes

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