
o que queremos nem sempre é o que queremos
muitos são desejos que querem que o queiramos
outros são quereres emprestados de gerações mortas
estamos vivos desejando nos libertarmos de tantas demandas
são fôrmas externas que nos modelam desde tempos imemoriais
violência contra os nossos corações imaturos
vá por esse caminho de destino conhecido ficará a salvo
me salvará de que?
se quero experimentar o caminho tortuoso da indecisão e do inesperado?
estabilidade sensaboria insensibilidade
sem uma dor para chamar de minha?
perderá tempo oportunidades se perderão…
o tempo é meu
perdição é o que eu quero se não gosto do que espero
e o que esperam de mim…
há quem queira decifrar segredos de cadeados atados a ferrolhos pesados
quero o impossível decifrar códigos de grilhões inexpugnáveis
de invisíveis cadeados de querências sem fim
ir pelas manhãs de cidades fantasmas
adentrar por portas sem batentes seguir por portais para o outro lado de muitos mundos
invadir campos não explorados de fantasias
e não cercados de horizontes marcados
lusco-fusco de meu olhar atravessado e profano
quero chegar ao que não existe resiste quando
é o desejo de me aprofundar me aproximar do âmago quanto
do nada redentor e definitivo
estarei morto e feliz a sentir que não tenho fronteira
apenas num estado de nenhuma beira…
Foto por Alexander Krivitskiy em Pexels.com
Participam: Lunna Guedes / Suzana Martins / Mariana Gouveia / Roseli Pedroso
Experimentando o pulo… no 3
Uau!!!! Que forte!
Amei!
Uau!
Muito bom! Um quase grito de liberdade do espírito!
Liberdade assusta, mas sem ela, não há como ultrapassarmos para além das limitações que a materialidade nos impõe.
Assusta, mas não é possível viver de verdade sem experimentá-la.