Em 2020, no auge da Pandemia de Covid-19, um tal que se tornou presidente deste País, por motivos que um dia a História marcará como uma das mais funestas, disse que quem se vacinasse poderia se tornar Jacaré. Na verdade – está gravado para quem quiser rever – ele disse que viraria “ma…” Porém, ao perceber que cometeria mais um dos crimes aos quais acostumou-se perpetrar em série, sem ser obstado, mudou de espécie. Assim, surgiu o Jacaré – símbolo de salvação e de confrontação – em bom nome da vida. No dia da minha vacinação, escrevi uma quadrinha…

Quem é você, quem sou eu?
Sou homem, mas não filisteu.
Sou de Libra, sou de cabaré.
Sou menino, sou Jacaré.
Aquele que cocou sete vezes,
não pagou, enfrentou revezes.
Sou um tanto estimado,
um pouco odiado.
Tranquilo em minha raiva,
barco a vela à deriva.
Sou réptil a sobreviver
de resto, do frágil, de cadáver.
Melhor símbolo pantaneiro não poderia haver,
agora me tornei opositor ao poder.
Excelente! É o bom humor a disfarçar a raiva.
A raiva e o inconformismo misturados à perplexidade.