
Acordo…
Logo, me levanto…
Sinto os pés no piso, a procurar os chinelos…
Antes que os alcance, me invadem sensações
inesperadas, mas conhecidas…
Em meu corpo, quente, tremores…
Na alma,
gelo
e medo…
Cedo,
cedo à minha incapacidade de lutar
contra aquele sentimento de impotência,
tão particular quanto evidente…
Sozinho que estou,
ninguém saberá o que passo…
Ainda que estivesse rodeado por muitos,
mesmo assim, me sentiria só,
a beber a água suja do fundo do poço…
Neste dia de verão,
voltarei para a cama,
a tremer de frio n’alma…
Fecharei as janelas,
cerrarei as cortinas,
cobrirei o meu corpo com pesadas
mantas…
me manterei quieto,
como se quisesse voltar
para o útero de minha mãe…
Talvez, renasça em algum momento…