varrer o quintal
tarefa enfadonha?
para mim um ritual
faço com o prazer escatológico
de quem reúne estrelas na varrição
restos de galáxias que se chocam
em auto consumação apocalíptica
no chão jaz restos biológicos
vestígios da morte etapa da vida
renovada em movimentos necessários
imprecisos distantes de nosso controle
em meia hora passeio pela existência
presença passagem passageira
do feto à caveira num átimo
em reinícios etapas a cada passo
transfiro as folhagens para novo canteiro
reposição de matéria orgânica
imponho o ciclo natural do qual participamos
aceito…
a eternidade é um estado de espírito…
Texto de participante de BEDA: Blog Every Day August
Claudia Leonardi / Lunna Guedes / Mariana Gouveia / Roseli Pedroso / Suzana Martins / Bob F
Me lembrei do rapaz do outro lado lado da rua que usa um maldito soprador para “varrer” a calçada e eu o odeio por isso. rs
Lunna, juro que não entendo esse equipamento! Sopra as folhas para onde? A culpa não é dele… Há autores intelectuais do crime, devidamente ocultos.
Eu adoro varrer o quintal e o barulho da vassoura parece canção aos meus ouvidos.
A varrição me ajudam a pensar, Mariana. É um momento de meditação.
Eu adoro varrer o meu quintal. Gosto de observar as folhas que vieram de outras ruas e tentar, em vão, descobrir a origem. Aproveito para brincar com as cachorras e desfrutar da beleza das pausas… ❤