Numa dessas caminhadas pela manhã, passei por um par de sapatinhos cor-de-rosa. Lado a lado, jaziam junto ao meio-fio. Poderiam ser de uma moça ou até de uma criança mais desenvolvida. Como chegaram lá, caberiam várias especulações, todas com algum toque de dissabor envolvido. De aspecto simples, durante o tempo em que passei pelo par e voltei, ninguém o quis. Tristinhos, abandonados, fizeram a alegria de alguém… até que não mais. Úteis enquanto caminharam no mesmo sentido de quem os calçavam, os sapatinhos ficaram pelo caminho. A discórdia resultou em dissenção. Cada qual para o seu lado, será que serão recordados por quem os deixaram? Caso de amor perdido? Ou perdidos por amor não correspondido?

Provas de um crime? Dá para desenvolver uma crônica.