29 / 06 / 2025 / Poentes No Cais

Foto por Talha Resitoglu em Pexels.com

Sentado no cais,
todas as tardes,
eu me coloco a observar a linha do horizonte…
Lusco-fuscos da minha perdição…

Todos os dias,
a essa hora,
há essa hora
em que revivo o momento da despedida…
Ela se foi…
sem ter a delicadeza de desaparecer
em barco a vela silente…

Foi para o continente,
célere como o pendular instante,
em ronco de motor potente…
Fiquei na ilha, ilhado…
Solidão por todo o lado…

Em dias nebulosos,
não há diferença entre o firmamento
e o mar,
entre a noite que chega
e o dia que vai…

Então, me sinto melhor…
Porque mergulho em um mundo
de oceano sem fundo,
um buraco negro,
de luz abduzida…

De nosso amor,
restou pores de sol,
tempestuosos e brilhantes,
de raios fugidios,
figuras de corpos esguios…
assim como o seu,
que espero voltar,
até anoitecer
ou o Tempo acabar…

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