Chegou à praia…
a esperança, os sonhos, o futuro…
Chegou à praia, jogado à areia,
as ondas a lamber suavemente
a cabeça da criança –
a Mãe-Terra a acarinhar
o seu pequeno filho…
Chegou à praia, Pinóquio,
que foi buscar Gepeto na barriga da baleia…
Sendo boneco de madeira, não morreu…
Representou apenas um conto de fadas,
enquanto lágrimas
banhavam seu corpo…
Ao assistir a cena, parece vivo
e ainda espero que se levante…
Porém, jamais o fará…
Chegamos à praia…
Todos nós…
Todos os nós de marinheiro
ao mesmo tempo urdidos
e embaraçados…
Quando os desataremos?
Chegou à praia, a ilusão
de que exista um mundo melhor do outro lado…
No entanto, o menino conheceu Deus,
que sem coragem, não é dado vê-lo…
Gosto quando a poesia me cala enquanto pessoa-figura-humana. Gosto esse silêncio abismal que me desorienta e fim…
Quando a fiz, não tinha fluidez, mas urgência, devido à premência do fato. Cortei palavras. Alguém me orientou muito bem…