O círculo é um dado constante no Universo. Bilhões de estrelas, como o sol que nos ilumina, tem a forma circular. Ciclo é algo diferente, mas podemos explicá-lo como uma sucessão de fatos circulares, que representam a transformação de um sistema a voltar a seu estado inicial. Culturas antigas tentaram, e muitas conseguiram, determinar um padrão que serviram de base para a sustentação de suas civilizações, como, por exemplo, os Maias – mal sabiam eles que confusão criariam em 2012, centenas de anos depois de montarem um calendário agrícola.
O que é interessante para mim é que apesar de todos vivermos existências circulares (como o sangue que percorre o nosso corpo), procuramos entender a volta ao ponto inicial como algo diferente, colocando um número ou um nome para consubstanciá-lo, estabelecendo, dessa maneira, uma nova idade ou tempo. É como se as forças externas, normalmente constantes, fossem travestidas de novas identidades para torná-las reconhecíveis como novas e, com boa sorte, renovadoras.
Mais constante que o círculo e o circular, no entanto, estamos nós, que os vivenciamos. Mais constante ainda é a transformação que se opera em nós a cada giro da roda. Quando ela volta para o ponto inicial, a nova estação encontra alguém mudado, uma pessoa “nova”, porque mais experiente e, curiosamente, mais antiga, já que cumpriu o eterno ciclo vital de nascer, crescer e fenecer. Ainda que ideias mortas ressuscitem de tempos em tempos, como a transformar a Terra em um planeta plano.
Pois, neste ponto, devemos operar a grande magia – apesar de sermos mais experientes e estarmos mais velhos – buscarmos bravamente nos renovarmos a cada ciclo cumprido. E estarmos aptos para essa renovação. Portanto, desejo a todos nós apenas uma pequena mudança na ordem do dia e das palavras – Feliz novo em você em 2020!
Feliz novo em você também em 2020!
Para nós, Gus!
Ah, me lembrou um poema de T.S.Eliot…
“O fim de toda nossa busca será chegarmos onde começamos
e ver o lugar pela primeira vez”.