
O dia começa quando ela desperta.
O sol irradia luz para clarear o seu caminho.
Decide seus passos à revelia dos obstáculos.
As portas se abrem quando ela se aproxima.
Os espelhos disputam o seu reflexo quando ela passa.
A festa acontece quando ela aparece.
O DJ toca as suas músicas preferidas.
Na dança, ela comanda a coreografia.
Mares e brisas de mil anos contam segredos
quando pede que seu amor se entregue.
Quando nasceu, aceitou nascer todos os dias
em partos dolorosos,
pelo poder de viver mínimas alegrias,
poucos momentos de paz e prazer,
riso, paixão e nexo.
Por isso, vive…
Por que tudo é assim?
Esse é um enigma que não desvendei.
A resposta, não sei.
Não saberia, ainda que fosse o rei.
Ainda que percebesse o contexto.
Escritor, queria escrever outro texto
que pudesse mudar o destino,
arquitetar outro roteiro.
Queria que ela vivesse à larga,
bebesse o vinho tinto da melhor safra,
a caipirinha da mais apurada cachaça.
Ainda que não fosse alguém que ela amasse,
que eu não fosse feito de carne, mas de doce cassis.
Que meu corpo não tivesse ossos, mas giz.
Que eu estivesse em outro país
ou que não a tocasse por um triz,
que não apreciasse seu perfume pelo nariz
ou que ela viesse de outra raiz,
queria ver alterada a diretriz.
Que pudesse escolher entre ser o condenado ou o juiz,
cumprir a dura pena ou decidir que ela fosse, apenas, feliz…
Já que não tenho como a proteger
da necessária passagem do tempo e do sofrer,
me resta somente lhe perguntar:
de que maneira eu melhor posso lhe amar?
B.E.D.A. — Blog Every Day August
Adriana Aneli — Claudia Leonardi — Darlene Regina — Mariana Gouveia —
uau! Está ficando bom isso aqui!
Está boa a festa, pá!