Paramos, junto a vários outros carros, no semáforo da via movimentada da região nobre da cidade. Aproveitando o trânsito parado, um menino faz malabarismos com três bolas prateadas. São movimentos simples, mas que ganham certa conotação de sonho em contraponto ao olhar perdido do artista de rua mirim para outro tempo e lugar…
Aberto o sinal, logo adiante, diviso um presépio em tamanho quase proporcional ao do menino-malabarista. Atento à singularidade, verifiquei rapidamente se o lugar da manjedoura estava devidamente ocupado por outro menino…
Comprovei que sim, mas não deixei de lembrar que a representação icônica daquela criança no passado longínquo cresceu, viveu uma existência conturbada e morreu em nome de todos os meninos-malabaristas do mundo…