
O passar do tempo é algo que não se pode apreender, mesmo que o registremos com fotos, sons, imagens em movimento e outros quesitos de memorabilia. Sempre será difícil captar a intensidade dos sentimentos e emoções envolvidos na revelação de um fato ou época que já passou. Ainda que haja testemunhas, costuma-se obliterar detalhes e deixar escapar minúcias. Mas algo ainda há sempre de se perceber na construção da memória — colunas, tijolos, plantas e irmãos — de todas as formas.
*Texto de 2012
Histórias, detalhes, pessoas que formam a tessitura da nossa história.
Referências que têm o encanto do momento que passou. Sentido de impermanência.
Eu acho o tempo uma coisa muito doida… Não sei explicar, acho que não tem explicação e nunca vai ter, mas é meio que isso que você disse sobre a gente não conseguir “segura-lo”. Dá pra registrar, aprender, aproveitar ao máximo, mas no fim das contas o tempo não é nosso, somos nós que somos dele!
Ou, Luly, de uma forma menos permanente, “estamos o tempo”.
Muitas vezes olhando fotos gostaria de voltar no tempo, aproveitar mais o tempo com aquelas pessoas das fotos que hoje são só recordações… O tempo não espera, ele vai andando e nos arrastando sem se importar se estamos prontos…
Abraços
Fiquei pensando nas lacunas que ficam em nossa memória. Isso é muito doido, né? Nós podemos registrar o que passou de diversas formas, temos várias maneiras de lembrar, e mesmo assim, sempre falta algo. Alguns detalhes escapam do cérebro e nunca mais voltam. Nossa mente embaralha e às vezes a gente inventa algo que nem aconteceu, mas acha que lembra.
As memórias são incríveis, e mesmo assim, sempre nos falta algo.
A minha memória é “randômica”. Lembro de coisas e situações aleatórias. Queria ter uma memória “normal”. Se é que existe isso…
A passagem do tempo é um tema recorrente em meus pensamentos. É ao mesmo tempo algo que me encanta e me assusta. É da minha personalidade ter um certo apego ao passado, a nostalgia é uma companheira constante. Vira e mexe estou revisitando cartas, fotos, objetos, lembranças e memórias e revivendo no meu pensamento os acontecimentos. No entanto, sempre fico com a sensação que não estou me lembrando de tudo, que estou esquecendo de detalhes. Como você bem disse no texto, fotos e cartas não conseguem captar tudo e eu sabemos que nossa memória é falha. Seu texto falou diretamente comigo hoje e enquanto lia me lembrei da música “Fotografia”, do Leoni, que eu amo.
Confesso que não conhecia essa canção do Leoni. Fui ouvi-la e gostei. Letrista do Kid Abelha, ele tem vários sucessos. Mas essa é delicada e pertinente ao texto. A sua leitura pessoal o enriqueceu.
Eu sempre me pergunto o motivo que levou a criatura humana pensar o tempo. Os gregos estabeleceram Chronos e Kairos e eu nunca me dei bem com Chronos. Implicância no primeiro tato. Com Kairos foi paixão imediata, renovada a cada verão, através das artimanhas do nonno e seu velho carrilhão, a maneira como o homem-velho-gigante lidava com aquele monstrego emparedado me fascinava. Enfim, ao observar as fotografias, confesso, que os cães roubaram a minha atenção. rs
Sim, os cães são as estrelas!
Mesmo que confusa, irreal, relembrar momentos vividos ainda é um ótimo exercício para nos renovarmos e firmarmos antigas ligações com aqueles que amamos.