
Entre 2009 e 2013, fiz Licenciamento E Bacharelado Em Educação Física. Quando eu o iniciei tinha então 48 anos e fui incentivado pela Tânia, preocupada com possíveis sintomas da chamada “Síndrome do Ninho Vazio” pela ausência cada vez mais acentuada das nossas três meninas na minha rotina diária. Com dois cursos anteriores não terminados na área de Ciências Humanas – História E Letras, na USP – decidi terminar o terceiro na área da Saúde justamente pelo desafio físico e cronológico: um velho entre os jovens. Até um tempo antes, pensava que ter feito o curso foi muito importante apenas para mim em termos de entendimento do corpo e seu funcionamento, já que acabei por não atuar na área, o que também nunca foi a minha intenção, apesar de ter surgido algumas oportunidades.
Com as Lembranças do Facebook surgindo de tempos em tempos, recuperei muitas mensagens enviadas por meus pares perguntando sobre todos os assuntos, cada vez mais estimulados pela atenção com a qual os atendia. Percebi que a minha maior missão não fora somente me aprimorar no autoconhecimento e desenvolvimento da consciência corporal, mas especialmente auxiliar os meus companheiros de turma da Educação Física, hoje atuantes como professores em escolas, instrutores em academias e “personal trainers“.
Logo no Primeiro Semestre, cheguei a sofrer restrições de alguns devido à minha curiosidade em fazer perguntas no final da aula, os impedindo de sair antes do término. Sintomaticamente, muitos deles foram ficando pelo caminho. Com a continuação do curso fui ganhando a confiança da turma e passando coordenar a realização de alguns trabalhos na parte teórica. Na parte prática, não ficava devendo (quase) nada aos demais alunos, excetuando aqueles que mesmo na idade deles talvez não conseguisse alcançar. graças à tecnologia dos modernos celulares, pude registrar grande parte da minha incursão rica em experiências com jovens em busca de um sonho. O texto abaixo é de 2013*, na fase final do curso.
“Pessoal, como alguns que me acompanham sabem, estou no oitavo e último semestre do curso de Educação Física. Uma das disciplinas que tenho na grade chama-se Psicologia Aplicada Ao Esporte. O esporte competitivo tem exigido e carreado cada vez mais recursos para que o atleta ou a equipe ao qual ele está inserido apresentem resultados satisfatórios frente aos grupos para os quais atuam – clubes, torcidas e patrocinadores.
Dessa forma, a Psicologia como disciplina tem amplo campo de atuação nessa área de atividade humana. Mas, como lembra o meu professor nessa disciplina, Ricardo Rico, não uma Psicologia independente das motivações e aspectos mentais e emocionais que movem os atletas, ou seja, a Psicologia que conhecemos aplicada no esporte, porém gerada no âmbito de competitividade extrema ou, como diria eu, a vida levada ao limite da exibição de força, aplicação (e transgressão) de regras, vibração, aprendizado de como vencer e (mais importante, porque ocorre com a maioria dos competidores) como perder – enfim, uma Psicologia do Esporte.
Na última segunda-feira, o meu grupo tinha que apresentar uma entrevista com um ‘Coach‘, um especialista cada vez mais requisitado para atuar de forma individual ou coletiva junto a grupos profissionais e/ou sociais que buscam alcançar realizar metas objetivas. Devido a vários motivos que não irei declinar, domingo de manhã ainda não havíamos conseguido a entrevista prometida e eu tive que recorrer, meio a contra gosto (porque poderia parecer que fosse um abuso de confiança), à minha lista de amigos ‘facebookianos‘ e um deles, o Alberto Centurião, se predispôs a responder o questionário que elaboramos.
Foi uma agradável surpresa para mim que uma pessoa do quilate de Centurião tenha se colocado tão generosamente à disposição para tal empreitada em um domingo de Dia das Mães, praticamente na hora do almoço dessa data especial. Ele foi consciencioso e prestativo de tal forma que me senti impelido a agradecer-lhe publicamente aqui neste espaço. Meu grupo e eu realizamos a apresentação da entrevista e, aparentemente, fomos bem na empreitada. Despeço-me agradecendo à mamãe do Centurião que merece um beijo grande e um abraço forte por ter forjado um homem como o seu filho”.