
ao revê-la tanto tempo passado
imensas distâncias espaciais
sem respirarmos
os mesmos ares e hálitos
o fogo quase esquecido
em ardência reacendido
as peles a queimarem próximas
pelo olhar
corpos que seguiram em devaneio
para o futuro presente apaixonado
o reencontro que confirmou
que somos viciados em nós
são liames amarras nós
que nos aprisionam em tramas
a vida como ela é dramas
beijos que prescindem da voz
abraços que nos invertem nos reinventam
toques que contam existências inteiras
histórias longas demais tanto quanto curtas são
entradas e saídas que se confundem
dimensões que se perpetuam
entremeadas umas às outras
energia consumida e realimentada
em átimos de segundo
recriação de universos paralelos
feito cristais estilhaçados belos
retemperados desesperados
porque nunca descansa o vício visgo
que nos matará feito moscas
presas na armadilha luminosa do amor.
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