A cabeceira (pequena demais para os meus sonhos);
o estrado (forte o suficiente para segurar o peso do colchão e de dois corpos);
o suporte lateral (firme e teso);
a base (onde os meus pés sequer conseguiam tocar) — uma cama…
Seria bege… amarela… madeira esmaecida…
Não me lembro da cor original…
Não importa…
Tudo foi feito no escuro…
Ele vinha silente,
penetrante,
o horror noturno…
Gostava tanto de ir para o sítio
e lá ficar com as minhas bonecas
e os meus bichos…
O monstro adormecia distante,
em São Paulo,
com os seus negócios
e a sua arma em riste…
Gostei tanto quando ele morreu!
Dizem que foi do coração…
Disso, duvido…
Mamãe também morreu…
Acredito que sufocada…
engasgada
com a palavra que nunca proferiu:
Não!