
A metamorfose se deu, de início
pelo olhar…
O movimento dela o paralisou.
Como se fotografasse cada gesto,
aprisionou dentro de si a evolução
do casulo à borboleta —
da flor ao céu —
asas da imaginação…
Quis recuar quando suas vozes
ocuparam o mesmo ambiente —
palco de suas atuações…
Percebeu que fluíam sonoras
conversas de palavras
entrecortadas,
caladas…
As lacunas preenchidas de desejos
perfeitos em suas incompletudes.
Quebradas as barreiras —
distâncias de centímetros-quilômetros —
peles sem proteção,
mentes despertas,
liberta de atavismos
e consequências,
o imediato transformado em eterno,
se reconheceram outros,
os mesmos…
Ele,
transmutado
de Jackyll em Hyde,
de homem em lobo,
de mortal em vampiro,
de Clark em Superman —
todos e ninguém,
vivia ausente de si…
Passou a respirar o vácuo
se não aspirasse o hálito da paixão…
Transformação
irremediável,
perigosa,
instável,
liberdade de viajante
encarcerado,
não trocaria o permanente desconforto
do atual caos de criação do mundo
pela antiga estabilidade de morte
em vida…
Foto por Brenda Timmermans em Pexels.com
Participam: Alê Helga / Mariana Gouveia / Lucas / Lunna Guedes / Roseli Pedroso / Cláudia Leonardi / Suzana Martins / Dose de Poesia
a transmutar núcleos que pulsam no sentir! ❤