*Há dois anos, em 2023, Rita Lee, se encantou definitivamente. Deve estar lá, entre os seus amigos extraterrestres, brincando com as estrelas que brilham tanto quanto ela no firmamento da eternidade da qual somos feitos… Por ocasião de sua passagem para outro estado de ser, escrevi:
RITA LEE,
como é que você se sente em se tornar imortal?
Como é ser um ser total?
Não bastava ser a mais completa tradução de Sampa?
Ser a mulher que traduziu como ninguém uma mulher, em “Cor-De-Rosa-Choque“?
Não bastava reverenciar a vida de modo libertário, como em “Lança Perfume“?
Não bastava cantar o inconformismo e a inadequação de todos os adolescentes e muitos adultos –– homens, mulheres, mais que mulheres, mais que homens –– em “Ovelha Negra“?
E muito além, para quem não se adequa ao mundo?
Homenagear o amor em “Mania de Você” e em tantas outras composições?
De ser mutante, iconoclasta, vibrante, permitiu-se deprimir quando acontecia, expor as suas vísceras e surgir renascida.
Maior personagem de si mesma, entre tantas identidades que assumiu.
Não bastava ser maior que a Vida, você tinha que ser imortal, a partir do momento que nos deixa fisicamente.
Rainha, padroeira da liberdade, entre outras rainhas, uma mulher, principalmente.
Nosso amor imortal, vá reinar em outra dimensão!

Sua irreverência, fina ironia, deboche genuíno e bom humor fazem muita falta nesse mundo cada vez mais chato