os namorados distantes do que vivem?
de lembranças dos encontros espaçados
no tempo?
do desejo reafirmado a cada diálogo roubado
nos intervalos das obrigações diárias?
dos descaminhos da volúpia pela presença
não materializada
como se fosse uma foto beijada
esmaecida pelas lágrimas de saudade?
quem vê de fora não acredita na permanência
feita muito mais de ausências
do que das presenças
mas os cheiros
as intumescências de bicos e membro
o êxtase reafirmado a cada reencontro
a resistência do desejo
os pelos eriçados a responder que sim
não se acredita no fim…
é uma ilusão?
mentes doentias como se vivessem um vício
pelo vazio
em que a distância não vence
ou afirmação do gosto do prazer
entre os namorados
distantes amantes da dor de amar
e bem quererem-se…
Foto por Yan Krukau em Pexels.com
