Porque a tarde sangrou
feito saudade…
Eu,
que não vivo de esperança,
verso sobre o que passou
como alguém que sabe que já viveu
tudo o que tinha para viver —
da negação à entrega,
da dor de não amar ao amor
e a dor de amar.
Entre as estações,
não há vida,
apenas um segundo de noite infinda.
Fui feliz,
ainda que tarde,
antes à tarde que nunca
sob o céu que nos protegia…
*Poema de 2021
