
O clima mimetiza as relações tácitas,
enquanto enormes exaustores de chumbo
executam a tarefa de limpar o ar imundo…As precipitações corroem os cimentos e as ferrações.
Tampouco parece poupar pessoas, corações…
Não batem por outros seres, apenas anseiam por novos jogos,
lançamentos que são comemorados com fogos…
Brinquedos simulam vidas as quais os participantes não vivem.
Eletrodos conectados ao cérebro estimulam emoções eclodirem…
Imaginam, sem se tocarem, que amam profundamente
seus próximos, ainda que distantes remotamente…
Estou perto dos oitenta. Reformei recentemente o meu envoltório,
com as modernas técnicas científicas do território.
Cortei metade da idade, para adequar meu corpo à mente.
Revolucionário, quero amar em plenitude, como se fazia antigamente
Me apaixonar sem higiene high-tech, me embebedar de sumos corporais…
Gozar através dos meus poros, esvair por meus terminais…
Suar, ejacular palavrões, subverter este mundo do amor em decadência.
Quero borrar a maquiagem da amante, ser um herói da resistência…
Uma das coisas que me enlouqueccia na poesia italiana eram as rimas… os sonetos de Camões me tiravam do sério e, curiosamente um dos escritos favoritos de Campos se chama ‘ah, um soneto’ e brinca justamente com esse jogo de rimar que tanto me aborrece.
O mais engraçado, é que li e reli e nessa última leitura, cortei as rimas dos meus olhos e ganhei um poema novo. rá
bacio
Estou curioso sobre essa nova visão. Se gostar, substituirei o poema. Ou melhor, colocarei os dois juntos.
Eu não diz uma nova versão, apenas uma leitura particular. rs
Gostaria de conhecer…
Poesia de ficção científica, rs. 👏👏👏
¡Gracias, Raul!