
O Bigode está a realizar pequenas obras em casa. Uma delas é construir uma pequena parede embaixo da escada que leva à varanda, para fechar o ângulo inútil. Tânia teve a ideia de encerrar dentro da caixa de cimento algo que pudesse eventualmente ser resgatado muitos anos à frente. Um objeto reconhecível dentro de uma cápsula do tempo.
Na falta de melhor ideia, decidi colocar um brinquedinho da Betânia, aparentemente esquecido no quintal – um bichinho de pano – que ela furtou de cima da cômoda do nosso quarto. Foi o que fiz.
Porém, eu fiz e ela desfez. Horas depois, o vi jogado quase no mesmo ponto onde o havia encontrado antes. Perguntei para o Bigode o que havia acontecido, já imaginando a resposta. De fato, ela furtou novamente o paninho em forma de bicho, desta vez do sepulcro temporal. Deve ter brincado um tempo e o abandonou.
Naquele momento, mesmo que de forma passageira, o bichinho de pano foi mais importante em sua boca, sendo jogado para o alto e adiante e depois resgatado do que encarcerado entre paredes escuras. A sábia cachorrinha me deu uma lição prática de um objetivo que apregoo há algum tempo e me esforço para exercer cotidianamente – o de viver plenamente o presente.
Que lindo!!! Aqui em casa a Bethânia é o nome da minha vitrola. Ela é bem legal e sempre me diz o que quero. Mas eu tenho uma cachorrinha com nome de gente , a Olívia. Ela tb joga coisas pro alto, mas gosta mesmo é se arrumar cascaria com os bichos, até com borboleta!
Bethânia deve “cantar” e tocar divinamente o repertório de bom gosto que você cita em seus textos, moça. Olívia é um lindo nome! Ela deve ser daquelas meninas peraltas que vivem a esconder os seus brincos de pérola! Rs…
A Olívia é muito peralta. Ainda vou escrever sobre ela.Tenho uma história curiosa sobre cachorros e esse nome que “escolhi” pra ela. No tempo certo acho que vou parir um texto sobre isso. Tá gestando e começou com esse texto aqui!!!
Já li várias histórias sobre capsulas de tempo, mas nunca me aventurei por uma, nem mesmo pensei em inventar uma. Acho que na condição de escritora (já fiz isso um dia e talvez volte a fazer) não cabe outro argumento que não o de enterrar-me nas páginas e ver se ao viver o presente, alcanço esse tal de futuro aí.
Sei não… vou com a Betania porque os cães sabem como poucos, como se divertir no tempo certo. rs
bacio
Com certeza, Lunna! Sempre aprendendo com esses seres únicos!
Já vi muitas vezes as cápsulas do tempo em filmes e em livros também, mas nunca me aventurei a fazer uma. Agora até levantei essa hipótese, só não sei se controlo minha ansiedade.
Por via das dúvidas, vou ficar com a sabedoria dos cães! E palmas para a Betânia!!!
bacio
Fernanda