A Penélope descansou. Seu enorme coração parou de bater nesta madrugada. Fiquei ao seu lado até o ultimo suspiro. Sua respiração foi ficando cada vez mais ofegante, até diminuir e cessar. Seus olhos, os mesmos que estavam embaçados pela idade, porém que ainda assim buscavam divisar qualquer sinal de petiscos em nossas mãos, se fecharam para sempre. Durante o tempo todo, eu segurei sua cabeça e a acarinhei. Enquanto isso, lembrava que chamegos na cabeça e nas costas eram as únicas coisas que gostava mais do que comida. Era como se lhe alimentassem a alma. Ela gostosamente se espichava toda e dava o “sorriso” que lhe caracterizava.
A sorridente “Penelopão” chegou ainda nova em nossa casa, mas já grande o suficiente para ocupar um espaço importante na vida da Família Ortega. Ela acompanhou o desenvolvimento das três adolescentes – Romy, Ingrid e Lívia – até as moças ficarem cada vez mais ausentes, ocupadas de seus afazeres adultos. Os dois últimos anos foram os mais difíceis e houve episódios que pensamos que ela nos deixaria a qualquer instante. Diagnosticado o câncer, tomamos medidas para que fosse mantida em casa, com assistência e cuidados constantes para minimizar o desconforto e as dores, com a orientação da Tânia.
Nesse período, suas patas não conseguiam mais sustentar seu pesado corpo com eficiência, mas ainda encontrava forças em algum lugar para se erguer e ir de encontro às pessoas que chegavam, as quais recebia – qualquer uma – com sua cauda a dar boas vindas. Ultimamente, reclamava quando ficava sozinha na sala, cozinha ou quintal. “Para, Penélope! Estamos aqui!” – Depois de reclamarmos da “véia”, lá íamos nós a ajudar a insistente a se levantar e caminhar até onde estávamos. Tomávamos cuidado para não apertar seu corpo em algumas partes mais doloridas.
Esse ser, todo amor, deixará como legado a paciência com que recebia as novas moradoras caninas, que logo se afeiçoavam àquela labradora que protegia as novatas das outras companheiras de quintal. Mãezona, era também menina, sempre disposta a brincar e a passear. Adorava banana, maçã, abacaxi, cenoura… bem gostava de quase tudo. Não dispensava um pedaço de pão, que só introduzimos na dieta para dar o remédio que precisava. Na verdade, ela tinha fome de viver.
Sentiremos falta de seus chamados-latidos. O silêncio de sua ausência será, por um bom tempo, ensurdecedor. Sua marca, em nossas vidas, eterna…
Triste noticia amigo. Sei bem o que é perder um ente querido de quatro patas. A afeição que toma conta da gente transforma-se num vazio sem fim mas, faz parte do que chamamos de vida. Todos estamos aqui temporariamente. Que bom que ela teve a companhia constante e o carinho incondicional de toda a família. Força para todos!
Como te abraçar assim tão longe, moço? Conheço essa dor e sei que ela é duradoura…
Mas abraço você e Tânia e as meninas!
Sei que Penélope teve a melhor família que poderia ter tido.
Triste noticia amigo. Sei bem o que é perder um ente querido de quatro patas. A afeição que toma conta da gente transforma-se num vazio sem fim mas, faz parte do que chamamos de vida. Todos estamos aqui temporariamente. Que bom que ela teve a companhia constante e o carinho incondicional de toda a família. Força para todos!
¡Gracias, Roseli!
Como te abraçar assim tão longe, moço? Conheço essa dor e sei que ela é duradoura…
Mas abraço você e Tânia e as meninas!
Sei que Penélope teve a melhor família que poderia ter tido.
De verdade, sinto-me abraçado, Mariana! Gratidão!
Sinto muito. A dor em perder uma amiga é imensa!!! Conforta a chance e o privilégio que tivemos de tê-los em nossas vidas.
Que tenhamos aproveitado a chance de aprender a amar com eles…