Halloween. Día De Los Muertos. Finados. Todas essas manifestações avançam vivas com o passar dos anos, ganhando ou perdendo adeptos… O lado assustador da vida – o terror da morte – tem surgido em versões caricatas, se sobrepondo aos aspectos religiosos e/ou folclóricos. Acabamos por testemunhar desfiles-fantasias de mutilados, seres do submundo e mortos-vivos pelas ruas, perfeitamente ignorados pelos verdadeiros e costumeiros zumbis cotidianos do ano todo.
Como já disse a respeito desta época, alguns dos meus mortos – pessoas com as quais convivi – estão tão mais vivos em mim do que alguns dos vivos com os quais compartilho o mesmo tempo e espaço… Isso me levou a perceber que carrego, dentro de meu “corpo” outros mortos, além daqueles de carne e osso que já passaram. São, ou melhor, foram eu mesmo, em algum momento, que não atuam mais como protagonistas, porém dos quais me recordo quando caminhavam, sendo eu.
Dessa forma, sou também um morto-vivo que passeia com muitos de mim a me assombrar, dos quais guardo episódios, confidencio segredos, discordo de antigas condutas e dos quais, da maioria deles sinto muita saudade. Ainda que gostasse da ideia que se manifestassem, sei que eles não sobreviveriam à pressão da vida que levo atualmente.
Reconheço que eles foram importantes para a minha trajetória e que deles me alimentei para chegar até este ponto da vida, em que consigo lidar com o fato de que só estou vivo porque eles morreram em mim e por mim, figurativa e cabalmente.
Soube a marcha dos zumbis pelo centro e dos problemas que tiveram com os vivos abusados que adoram multidões para realizar-conquistar itens para suas “coleções”. Eu não tenho apreço pela data dos mortos, até por sabê-la alterada pelos cristãos de ontem para “competir” com uma data de outra cultura, mais antiga e, embora próximas, as comemorações eram outras. Tudo se misturou e temos essa bagunça quase imperceptível quanto os mortos deixados nos cemitérios da cidade que, não fosse a data, não receberiam visitas. Aliás, nunca compreendi esse visitar…
Enfim, dos meus mortos guardo o melhor, a presença em mim… sou o que sou graças a eles e de alguma maneira dou continuidade ao que iniciaram.
Soube a marcha dos zumbis pelo centro e dos problemas que tiveram com os vivos abusados que adoram multidões para realizar-conquistar itens para suas “coleções”. Eu não tenho apreço pela data dos mortos, até por sabê-la alterada pelos cristãos de ontem para “competir” com uma data de outra cultura, mais antiga e, embora próximas, as comemorações eram outras. Tudo se misturou e temos essa bagunça quase imperceptível quanto os mortos deixados nos cemitérios da cidade que, não fosse a data, não receberiam visitas. Aliás, nunca compreendi esse visitar…
Enfim, dos meus mortos guardo o melhor, a presença em mim… sou o que sou graças a eles e de alguma maneira dou continuidade ao que iniciaram.
bacio
Tanto quanto a Igreja, que se proclama atemporal, sei das sacerdotisas, mais antigas ainda…