Estou diante do espelho,
face redescoberta a cada mirada-admiro-me,
insensatez à flor da pele –
reflexo do segundo passado
que se diz presente.
Abro passagem para que meus olhos apreciem
o anteparo em branco.
O que percebo é – ao mesmo tempo –
imagem e contra imagem,
espelho e miragem
visão e ilusão,
perda e aquisição.
Apreendo pelo olhar,
o corpo pela projeção:
luz-objeto – espelho-parede,
sombra-dureza – matéria-evanescente:
interpretação sensorial,
deleite da percepção.
Anteponho
a arte involuntária e bela
à verdade feia da realidade arquitetada…
Fonte de devaneios e viagens circulares,
enveredo pelos descaminhos
e me perco no ponto infinito
do que nunca foi,
ainda que seja…
Morreria feliz se fosse agora…
Que bela construção poética 🙂
Abraços
Que bom que tenha apreciado, Trícia! Dessas coisas que surgem quase a nossa revelia…
E ficam maravilhosas! 🙂