De perto, ninguém é normal ˗˗
já disse Caetano ˗˗
não há engano.
Anunciam que normal, há um novo ˗˗
o mesmo novo de outras vezes ˗˗
em épocas de outros revezes.
Ciclos do mal ˗˗
de maus e bem maus ˗˗
ciclotimia macabra,
penúria que não se acaba.
Sina de brasileiro é esquecer ˗˗
revive a reviver ˗˗
elege e reelege malditos,
proclamados como benditos.
Da antiga norma, surgiu o anormal,
de mau passo ˗˗ o novo natural ˗˗
morram, saiam do claustro:
anunciação do falso astro.
“Salvem o PIB!
Reabram-se as empresas que me presam.
Labutem, carreguem os pesos.
Apesar dos pesares, suportem a lide.
O governo não é do povo, nem é altruísta ˗˗
proteger os desamparados ˗˗ coisa de “comunista”!
Danos colaterais em todas as guerras, há…
E daí?
Se perdermos pobres e velhos?
Seres inúteis, a viverem com dificuldades ˗˗
mulheres e homens marginalizados,
enfim igualizados ˗˗
pais, mães, filhos, avós, tios, tias, amigos…
Olha, que bom! ˗˗ genocídio legalizado ˗˗
sonho dos trinta mil mortos, realizado!”
Nos tornamos prisioneiros do negacionismo ˗˗
contra a ciência, vivemos de achismos,
malversação da ideologia
e horror à Democracia.
Fato tal e qual, eis o novo normal ˗˗
além do novo coronavírus ˗˗
nos infectou o adormecido mal…
A doença não se curará…
Poderemos controlá-la pelo discernimento,
se nos tratarmos pela cultura e pelo conhecimento.
Porém, mesmo depois de passarmos pela pandemia,
doentios políticos assintomáticos,
contaminados pela ignorância efetiva
e pelo fascismo nativo-ativo,
sempre haverá…
Acho curioso que no português se permite uma pergunta com a palavra novo… que sempre me fez sorrir porque não gosto do que é novo. Me lembro do par de tenis que chegava na caixa e havia crianças que festejavam e eu me aborrecia. Preferia o meu velho que não cabia no pé porque havia encolhido. rá
Enfim, mas de novo? É a pergunta que faço quando penso o cenário politico local. Eu acho graça e sigo em frente. Dessa vez, no entanto, o seguir em frente está um pouco mais difícil. Desde a última eleição é que o desconforto insiste. Mas, amanhã passa…
É a isso que me refiro, Lunna. O novo normal não tem nada de novo. O que temo é nos acostumemos com a anormalidade.