Eu não sei o que acontece, mas não são poucas as vezes que eu sinto uma tremenda vontade de abocanhar esta cidade de asfalto e pedra!
Degluti-la quase toda e a vomitar inteira, renovada e rediviva.
Quando a vejo tão aparentemente desabitada, como nesta manhã de domingo, ainda sei que por trás de suas paredes, portas e janelas, o drama da vida se apresenta implacável e comovente…
Amores acordaram abraçados…
Traições foram postas à luz…
Amizades passaram a noite insones apenas no bate-papo livre e sem rumo…
O desejo de ser feliz pode ter encontrado guarida nos peitos e as paixões nos corpos. ..
Ou, tristemente, podem ter se perdido entre os desvãos dos prédios e das ruas sem saída da Metrópole insana que desperta…
*Manhã de um domingo de agosto de 2016.
Participam do B.E.D.A.:
Lunna Guedes
Adriana Aneli
Cláudia Leonardi
Mariana Gouveia
Roseli Pedroso
Darlene Regina
Sim, quantas histórias esses concretos, vidros e aço testemunham diariamente. Belo texto!
Interessante, a escrita faz isso… devora e como um corpo doente-carente, devolve. E o que chega em palavras não é nada do que lá está. É outra coisa. Como disse Borges, não é a cidade, somos nós. rs
A cidade reflete apenas o que está dentro de nós… sinto isso ao andar pela minha.
Abraço