
Viralizou! – é o que se diz sobre alguma notícia, foto, vídeo ou texto (mais raramente) que ganhou expressiva repercussão midiática, com consequente discussão nas rodas sociais. Muitas vezes, inadvertidamente, episódios de aparente simplicidade reverberam como se fossem verdadeiros acontecimentos. Outras, o são, realmente. Em algum momento, algumas pessoas buscam os holofotes com traquinagens e trucagens para criarem fatos-factoides.
De maneira mais ampla, o surgimento do midiático “viralizar” esconde vários significados, alguns obscuros, em relação ao nosso comportamento como humanos-civilizados-conectados. Como se fossemos agentes transmissores de enfermidades causadas por vírus letais, carregamos para o próximo temas virais, para a alegria dos produtores de conteúdos doentios.
As redes sociais são utilizadas para a propagação de diversos vírus – entre outros, de artísticos a sociais, de criminosos a políticos – estes últimos, atualmente, quase sinônimos. Sejam quais sejam as razões pelas quais alguns fatos e algumas pessoas ganham repercussão, fica difícil justificar, a não ser com bastante esforço analítico, a razão da assunção de tipos francamente repulsivos catapultados à condição de figuras importantes. Como a revelar o quanto estamos doentes, a reprodução de ideias que pregam o retrocesso político e social parece ser a doença da vez.
Encontrando campo fértil em nossa condição de baixa imunidade mental, infiltram-se através da corrente sanguínea social, doenças que levam ao óbito o bom senso e a inteligência. Em diversas ocasiões, percebe-se a mecânica que levou Hitler a ascender ao poder de forma tão avassaladora.
O que aconteceu nos Estados Unidos e poderá acontecer aqui (se bem que eu me recuse a acreditar), faz parte de um fenômeno inaudito, resultado de séculos de desiquilíbrio social, desigualdade econômica e projetos claros urdidos nos últimos 50 anos de solapamento da Educação Pública, a mais viável para dar oportunidade de crescimento a nação e, consequentemente, ao País.
Esse mal viral, criado em laboratório como remédio de sustentação de um sistema precário, mas funcional para quem se beneficia dele, vai acabar por matar o hospedeiro, o que é uma estratégia até menos inteligente do que formas de vida supostamente menos evoluídas, como os vírus reais…
https://cientistasdescobriramque.com/2017/03/21/os-virus-sao-capazes-de-conversarem-entre-si/
Participam: Claudia — Fernanda — Hanna — Lunna — Mari
Claro que eu acuso preguiça ao pensar que as pessoas precisam de redes sociais e depenem desse meio para existir nesse momento contemporâneo. Viramos números, seguidores. Viramos poeira de estrela. Não. Isso nós já éramos… o que restou disso tudo? Alguém soprou a poeira ou varreu? aff
Sem feedbacks, parece que as pessoas não sentem bater o próprio coração, Lunna. É uma triste condição…