Para o primeiro, ele fez questão logo que pode de fazer juras de amor. “I love you!” para lá. “I love you!” para cá. Seu objeto de desejo, brilhava alaranjado na escuridão que vibrava em torno de si. Mal por natureza, o de baixo encontrou identidade no sujeito de cima que dirigia sua casa à base de mentiras. Igualmente filho da mentira, sentia-se distinguido ainda que fosse desprezível e desprezado. As proles de ambos se imiscuíam em tarefas de sequazes espelhados. Apraziam-se todos de beber de fontes que julgavam inesgotáveis. A cegueira os guiou a construir fronteiras muradas, a derrubar linhas de comunicação com a verdade, a estabelecer a morte como ponto de medida de caráter edificante. Até que, um dia, o macho alfa do Norte foi embora, apeado do poder. Para quem os seus olhos se dirigiriam com o desejo de antes? Quem seria o exemplo de homem a ser seguido como amante dedicado?
Voltou a sua atenção para o Leste. Viu que ali estava alguém que, como ele, não prezava os limites da dignidade e tampouco da vida humana. Alguém ambicioso, que estufava o peito como ele mesmo fazia. Dono de mísseis que poderiam destruir o mundo assim como o outro, este, não apenas isso, não teria constrangimento em fazer uso. Um homem que via como corajoso, não insano como é. Que, como o seu antigo amante, ia atrás do queria sem pestanejar, ainda que não tivesse o topete físico do antigo. Um macho alfa, sem dúvida. Ridículo, como todos são. Para ele, alguém que valeria a pena investir. Para isso, serviria como peão no jogo de poder de seu novo objeto de desejo. Para isso, faria o que fosse pedido. Ajoelharia para rezar, ainda que colocasse o nome de seu País como almofada de apoio. Entregaria flores para homens que atacou um dia, apenas para receber um pouco da atenção de seu novo amado, se bem que bem menos do que a sua companheira atraiu. O ciúme que teria sentido foi por ele ou por ela?
Enfim, quando o seu novo macho alfa descumpriu a palavra, mas cumpriu o que intencionava – dominando como queria ser dominado, invadindo como queria que o invadisse, matando como sempre quis matar – deve ter sentido o máximo prazer orgástico que apenas um demente sentiria nesses momentos. Um ser que condena nos outros o que não aceita em si. O máximo elogio que poderia dar: se absteve de condenar a invasão. Entregou o País à reprovação mundial.
Eu creio que ainda não sou capaz de opinar a respeito da figura do homem eleito democraticamente por tantos que se sentiram representados por ele. Digo e repito, que não é ele a questão, são os que se orientam por sua figura. O vi encolhido diante de Putim (o putinho) parecia com medo, acuado, feito um rato. Mas o rato quando acuado, ataca. E nem sabemos como o fará, mas reação haverá.
No caso do Trump, não sei como se tornou um modelo a seguir para alguém que não trabalha, nada faz. E não estou convencida que basta ser extremista e dizer asneiras.
Mas estou sem tempo para analisar esse comportamento masculino, é como se estivesse a engatinhar, passando por tudo que já fizeram antes. Ou seja, quando nada mais houver no horizonte, vou chamar Freud, ele certamente, teria argumentos a altura. rá
O homens voltaram a rastejar, Lunna…